As plantas arbóreas do território brasileiro estão intimamente ligadas à história e ao desenvolvimento econômico e social do país. A mais antiga e importante relação está associada ao nome “Brasil”, oriundo da árvore conhecida popularmente como “pau-brasil”. Dezenas de cidades também recebem o nome de alguma árvore, como por exemplo: Juazeiro-BA, Cabreúva-SP, Angicos-PE, Cajueiro-AL, Embaúba-SP, Butiá-RS e assim por diante. Algumas espécies representam grande importância na vida econômica do país de modo a caracterizar uma época ou um ciclo, como o pau-brasil, a seringueira, o pinheiro, o cacau, o babaçu, entre outras. Nomes de árvores também são utilizados de Norte a Sul do país para designar ruas, praças e bairros.
Muitas espécies arbóreas apresentam importância econômica a nível nacional. Entre elas, as mais conhecidas são o cacaueiro, a seringueira, o cajueiro e a goiabeira. Outras representam importância apenas regional, sendo cultivadas ou exploradas em seu estado nativo. É o caso da castanha-do-pará e do açaí na região Amazônica, do babaçu e da carnaúba, no Nordeste, do pinhão no Sul, do pequi no Brasil Central e do palmito-doce no litoral Sul e Sudeste do país. Muitas árvores frutíferas não possuem ainda expressão econômica, entretanto, são amplamente cultivadas em pomares domésticos. É o caso da jabuticabeira, da guabirobeira, do butiazeiro e da pitangueira.
Entre as espécies de importância agrícola, trago algumas curiosidades do algodoeiro, muito cultivado na região Centro-Oeste do Brasil para a produção de algodão. Em estado selvagem, o algodoeiro consegue atingir até 30 metros de altura. É o caso da árvore bicentenária de Santo Antônio, Mato Leitão. José Ernesto (conhecido por todos como “Nesto”) e Lúcia Bogorny, casal proprietário, me contaram um pouco da história desta árvore tão longeva. Em 1910, quando o avô do Nesto adquiriu a área, o algodoeiro já era grande. A árvore está agora em plena floração, foto abaixo. As sementes ficam contidas numa cápsula, estando cada uma envolvida numa fibra felpuda característica do algodão. Embora não seja explorada do ponto de vista econômico, o algodoeiro embeleza o local, servindo de referência para muitos. Vida longa a esta árvore bicentenária!