Fazer filhos qualquer um sabe. Já se nasce sabendo. Aliás, isto se constitui em apenas um dos recursos de que os seres vivos dispõem para garantirem a continuidade da espécie. Há, entretanto uma gigantesca diferença entre um comportamento inerente ao processo de sobrevivência da espécie e o que nos dias de hoje vem acontecendo com o chamado desenvolvimento da sexualidade do ser humano. Do lado dos povos economicamente e intelectualmente diferenciados identificamos uma nítida diminuição da natalidade. Ou seja, uma atitude contrária ao princípio biológico da proliferação da espécie. Já na população mais jovem sobrepuja-se a supervalorização do ato sexual. Ou seja, está-se divinizando a cópula, transformada em máxima fonte geradora de prazer: O ficar, entendido como um relacionamento íntimo completo, por vezes com dois ou três parceiros (as) em um único final de semana, apenas para atender a um comando não falado e não escrito da sua “tribo” ou do seu “grupo de amigos”, passou a fazer parte da rotina do dia a dia.
O fato é que diariamente somos bombardeados com os mais variados tipos de informações relacionados ao sexo. No início da noite, em horário nobre de TV, em companhia das crianças assistimos a cenas de sexo quase explícito e de altíssima dosagem de erotismo. Não vamos pensar que os “pequeninos” não sabem o que está acontecendo quando aparecem cenas com muitos gemidos e demais requintes de uma relação sexual, apenas não mostrando a performance genital dos “artistas”.
No grupo familiar os pais enfrentam um grande problema na orientação dos filhos, até porque geralmente tem acesso a poucas informações sobre estes assuntos. Discutir sobre temas relacionados com a sexualidade no seio da família deixa a maioria dos adolescentes de cabelo em pé, pois, além deles próprios ficarem envergonhados, o constrangimento dos seus pais freqüentemente termina em uma repressiva. E aí se vai qualquer possibilidade de diálogo.
Surgem aqui as perguntas: o que fazer, para ao menos administrar esta complexa distorção? O que os pais podem fazer? A quem recorrer?
A única resposta a todas estas perguntas está no melhor preparo desta juventude tão frágil e tão ansiosa por mais informações sobre o tema. O desenvolvimento da sexualidade é algo natural no ser humano. Nossos filhos querem e precisam de informações que lhes permitam sobreviver melhor dentro deste mundo cada bem mais liberalizado e cada vez mais desestruturado. Se os pais têm dificuldades em conversar sobre um tema tão polêmico e de difícil condução, então as escolas devem poder servir de fórum para o esclarecimento das incontáveis dúvidas que afligem o jovem de hoje, na sua passagem para a sua vida adulta de amanhã.
Além disto, sempre é bom lembrar que junto com alguma doença sexualmente transmissível adquirida pelo adolescente, podem estar vindo doenças extremamente graves, como a AIDS ou a hepatite.
Se nossos filhos ou filhas têm dúvidas que não conseguimos responder, o melhor será orientá-los para que procurem por ajuda nas escolas ou com psicólogos ou médicos com conhecimento nesta área.