Muitas vezes encontramos crianças que se queixam de dor de cabeça. A nossa tendência freqüentemente também é de não valorizar estes dados. Mas, até que ponto estas queixas são verdadeiras? Em crianças maiores de seis anos esta queixa é comum e isto requer uma avaliação pediátrica elaborada.
Na verdade existem duas situações bem distintas. Pode-se ter um quadro de cefaléia, isto é, de dor de cabeça de múltiplas origens ou pode tratar-se de uma enxaqueca.
No primeiro caso, as causas podem estar em doenças das mais variadas origens e também de gravidade variável. As causas podem estar em algum problema de visão ou até em problemas graves que estejam causando pressão intracraniana. Podemos ter causas bem evidentes como uma infecção de ouvido, outras infecções bacterianas ou doenças virais.
Por outro lado, quando a queixa de dor de cabeça é isolada e repetitiva e muitas vezes vêm acompanhada de vômitos, devemos suspeitar de enxaqueca. Ela acomete 5% das crianças e 10% dos adolescentes. Seu caráter é repetitivo e na família costuma haver outras pessoas com dor de cabeça repetitiva. Geralmente observamos que os alimentos, estresse, exercício físico, barulho, insolação são os fatores desencadeantes.
Devemos também pensar em uma problemática emocional, especialmente quando a dor de cabeça é matinal, antes de ir à escola, podendo até aparecer depois que nasceu um irmãozinho.
O que fazer nestes casos?
É importante estarmos atentos para alguns dados associados, como por exemplo, da criança apresentar dor de cabeça, acompanhada de febre, além de outros sintomas ou sinais. Sempre que observarmos este conjunto de sintomas, provavelmente estaremos nos deparando com alguma infecção, seja ela bacteriana ou viral. Nesta situação recomenda-se que a família procure logo o médico assistente ou que escolha um pediatra para acompanhar o filho. É preciso estar atento, pois muitas vezes, uma doença aguda requer uma rápida intervenção do médico. O médico do setor de emergências ou o pediatra deverão solicitar a avaliação com especialistas como de ouvidos, de olhos, ou com dentista ou com psicólogo, sempre que tiverem alguma dúvida no diagnóstico.
Quando a dor de cabeça vem acompanhada de náuseas e vômitos, podemos pensar em enxaqueca, entretanto, não podemos esquecer que para um diagnóstico definitivo é necessário período de observação de até seis meses. Esta avaliação deve ser feita pelo pediatra assistente ou por um neuropediatra ou neurologista.
Resumindo, pode-se dizer que na criança, às vezes é difícil interpretar as queixas. Nos casos de dor de cabeça, nossas reações não devem ser exageradas, mas também não devemos minimizar o problema. É preciso que o pediatra avalie corretamente cada caso.
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