Há poucos dias, novamente, ao atender uma paciente com quase 30 quilos de sobrepeso e diabética e lhe repassar uma orientação sobre a substituição do açúcar por adoçantes, esta me respondeu que os adoçantes têm gosto de remédio e que seria impossível substituir o açúcar no seu mate doce. Isto mostra como o consumo de alimentos doces faz parte do dia-a-dia da nossa população. O risco deste hábito aumenta quando se trata de pessoas com diabetes, mesmo naqueles casos ainda iniciais, como o da paciente acima.
Todos os anos são publicados muitos trabalhos que descrevem as avaliações feitas em pacientes diabéticos e que mostram que um correto controle dos níveis de glicose no sangue reduz em perto de 25% o risco de morte após infarto do miocárdio. Este fato tem um significado ainda maior se observarmos que nestes doentes a causa de morte em cerca de 70% dos casos está justamente relacionada à diabete. Infelizmente há até uma tendência de os médicos se preocuparem primeiro com o coração e só depois com os altos índices de glicose, resultando, não poucas vezes em perda de função renal, perda da visão, perda de dedos dos pés ou outras complicações vasculares graves.
Deste fato facilmente se pode observar que o nível de açúcar no sangue é um forte complicador dos pacientes que tiveram uma doença coronária grave e que o seu controle é fundamental para a sobrevida do doente.
Já há uma série de medicamentos novos para tratamento do diabetes, cujas ação deve permitir níveis de glicose mais regulares durante as 24 horas do dia.
Bem, temos aqui algumas boas notícias para quem já tem um descontrole dos seus níveis de açúcar. Entretanto, o melhor novamente será a prevenção. Quem sabe, cada um de nós vá revisar a quantidade de açúcar desnecessariamente consumida todos os dias. Além disto, se houver predisposição para desenvolver a doença ou se já a tiver, será urgente procurar o seu médico de confiança para fazer uma correta avaliação e seguir um adequado tratamento.