Não custa lembrar: cuidado com diabete

Nestes dias de calor, nada melhor do que chegar em uma sorveteria e pedir aquele sorvete com cobertura, quem sabe, até regado por um gostoso refrigerante. Pois é, quantas pessoas não podem dar-se este luxo. Refiro-me aos diabéticos, cujo número aumenta a cada ano que passa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença do açúcar, ou seja, diabete, atinge cerca de 150 milhões de pessoas pelo mundo afora e há estimativas de que este número pode duplicar nos próximos 20 anos.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, há mais de cinco milhões de diabéticos do tipo dois (que incide mais no adulto), o que representa 7,6% da população entre 30 e 70 anos. Há uma previsão de que este número chegue aos 12 milhões até 2023. Somente nos últimos anos, considerando dados disponíveis, anualmente foram realizadas mais de 130 mil internações pelo SUS, o que gerou gastos de mais de R$ 40 milhões.

O diabete ocorre quando o pâncreas deixa de produzir insulina em quantidade suficiente para manter a glicose sanguínea (açúcar) em níveis normais. Como resultado, o corpo não consegue processar o açúcar encontrado na circulação, deixando de gerar a energia necessária ao organismo, ao mesmo tempo em que o excesso de glicose (hiperglicemia) tende a comprometer os mais variados órgãos do corpo humano:

A má circulação sanguínea causada pela doença pode desencadear o chamado pé diabético, que pode evoluir para a amputação; esta má circulação pode ainda ser responsável por muitos casos de infarto agudo do miocárdio. Entre os distúrbios do sistema nervoso, temos desde dormência em extremidades até quadros de demência, ou acidentes vasculares cerebrais. Os distúrbios renais podem levar à perda da função renal, tornando necessário que se faça hemodiálise. Entre as lesões oculares, pode-se citar a diminuição da visão e que pode chegar até a cegueira, por retinopatia diabética ou catarata.

Quem já tem a doença deve aprender a conviver com este quadro. Para isto é fundamental que haja um acompanhamento regular pelo médico.

Pode-se fazer algo para prevenir a doença?

A prevenção do diabete do tipo 2 está, antes de mais nada, relacionada a uma reeducação dos hábitos alimentares e de comportamento. A predisposição familiar para a doença não pode ser modificada, entretanto, podemos interferir em outros fatores que venham a retardar ou minimizar os efeitos da doença. Estas medidas são as mesmas, já ouvidas tantas vezes, como manter o peso adequado, evitar ingerir muito açúcar, não comer em excesso, fazer uma dieta pobre em gorduras, praticar exercícios físicos, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso.

Vai aí uma dica importante: alimente-se adequadamente e faça o controle periódico dos níveis de glicose sanguínea com seu médico.

Mas, vamos voltar ao nosso sorvete recém saído daquele buffet maaaaravilhoso e … quem sabe, passamos para um refrigerante diet.

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