O velho problema da obesidade

Hoje em dia, cada vez mais se pode observar crianças e adultos com problemas causados pelo excesso de peso corporal. Há quem diga que o problema estaria diretamente relacionado ao desenvolvimento socioeconômico da população. Porém, em uma análise mais profunda facilmente verificamos que dois fatores se fazem presente em todos os indivíduos enquadráveis nesta categoria, ou seja, há uma alimentação inadequada ao mesmo tempo em que há uma tendência ao sedentarismo.

Há muitas maneiras do adulto administrar esta situação, até porque, as próprias visitas ao médico frequentemente constituem-se em preciosas ocasiões para revisarem a alimentação, ou como estímulo para a procura por exercícios físicos.

A situação parece ser um pouco mais complexa nas crianças com obesidade. Nestas, frequentemente já há sinalização de problemas futuros, seja porque já se identifica uma hipertensão arterial leve, ou porque há uma história familiar de hipertensão ou mesmo de diabetes. Na criança, além dos dois motivos acima citados, seja da alimentação inadequada ou da inatividade física, há dois outros fatores cujas consequências ainda são imprevisíveis a longo prazo: dormir pouco e ficar muito tempo em frente à TV elevam o risco de obesidade infantil. Na realidade, os dois estão interligados, ao menos naquelas que à noite costumam ficar muito tempo na frente da televisão e depois têm dificuldade para adormecer.

Uma pesquisa em 900 crianças, realizada há alguns anos por uma equipe da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que há uma grande chance das crianças com este perfil tornarem-se obesas. O estudo também mostrou que, aquelas que dormem menos de 12 horas e passam mais de duas horas por dia em frente à televisão têm 16% a mais de probabilidade de desenvolverem obesidade. O estudo revelou que a falta de sono, das que dormem menos tempo que o necessário, estimula os hormônios responsáveis pelo apetite, com isto levando ao consumo de mais alimentos. Este mesmo estudo também mostrou que o percentual de incidência de obesidade cai para 1% nas crianças que dormem mais e assistem menos televisão.

Vale, portanto, um lembrete para os pais: ver bons programas de televisão pode ser instrutivo e constitui-se em um elemento de lazer, entretanto, não se pode esquecer que os cuidados básicos para uma vida de qualidade também valem para os pequeninhos. Dentro destes cuidados estão o repouso adequado e a alimentação correta.

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