Queremos ser bem atendidos?

De tempos em tempos vivenciamos situações em que o atendimento na área da saúde em Venâncio Aires está em foco. Em geral se ouvi críticas, e raramente até se escuta elogios. Estou me referindo especificamente aos serviços prestados pelo chamado Sistema Único de Saúde. Dizem, que esse foi o melhor sistema de atendimento na área de saúde já criado pelo mundo afora! Mas, se formos olhar um pouco mais de perto, até nos daremos conta que em Venâncio Aires, por assim dizer, vivemos em uma ilha de bom atendimento, ao menos para a população.

Bom, em teoria parece até ser verdade! Entretanto, em geral esquecem de estabelecer, quem deve pagar essa conta!

O Governo Federal, nos bons tempos em que o U$ Dólar e o Euro estavam equiparados ao nosso Real começou, por exemplo, pagando valores como R$ 7 por uma consulta de clínica médica e R$ 1,85 por um exame de glicose e R$ 4,11 por um hemograma. Isto lá pelos anos de 1994. Hoje, se tomarmos como referência estas duas moedas estrangeiras acima citadas, teríamos, algo como 500% de inflação ao longo dos últimos 30 anos.

E os valores pagos? Praticamente continuam os mesmos!

E na nossa Venâncio Aires? Se a nossa prefeitura não estivesse repassando um valor significativo para, ao menos tentar manter o atendimento na área de saúde, estaríamos na mesma situação calamitosa em que se encontram pelo menos mais de cinco mil municípios desse imenso Brasil.

Temos que agradecer às últimas administrações por terem tido esta compreensão.
Nos dias atuas, novamente uma grande crise está sendo administrada na nossa cidade. Medidas para a redução de custos na área da saúde estão sendo implantadas com a participação do poder público, com a diminuição dos valores pagos à classe médica e da reestruturação do hospital. E a transferência das consultas eletivas do plantão do Hospital para a UPA é apenas uma dessas medidas.

É inegável que todos querem ser bem atendidos, pois assim se sentem respeitados e valorizados. Mesmo em épocas de crise a autoestima e a confiança podem ser cultivadas, tanto pela equipe de atendimento que atua nos postos de saúde, na UPA e no hospital como pelos clientes que ‘compram’ o serviço, ou seja os usuários desse atendimento.

Facilmente podemos entender que a população tem o seu ‘direito’ a determinados benefícios na área do atendimento à saúde. Porém, hoje, todos nós temos que administrar uma crise que não criamos, uma crise pública gerada pela falta de provisionamento de fontes de custeio. E, como já citei tantas vezes, se não fosse a Prefeitura de Venâncio Aires injetando esses milhões de reais todos os anos na saúde da nossa cidade, certamente faríamos parte dessas mais de cinco mil prefeituras do Brasil, com suas gigantescas dificuldades na área da saúde. Mas, precisamos encontrar novas soluções para esta grande dificuldade.

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