Quando cerca de 60 mulheres, todas elas com camiseta azul-celeste, se reúnem em um antigo salão do interior, nem uma tarde escaldante como a de sexta-feira é motivo para desanimar um jornalista. Para a produção do caderno do Dia da Mulher, que circula no próximo fim de semana, estive em Linha Isabel, na tarde de sexta, a fim de conversar com as integrantes do Clube de Mães Unidas.
O grupo é um dos maiores e mais ativos da Capital do Chimarrão: são 145 sócias. Boa parte delas participou do encontro, antecipado em um dia especialmente para receber a reportagem da Folha do Mate. Quando entrei no antigo Salão Ludwig, que segue como ponto de encontro do Clube de Mães Unidas, e vi aquelas dezenas de mulheres uniformizadas, me emocionei.
Acompanhar um encontro do grupo de mães e ouvir os relatos das mulheres permite compreender, um pouco, sobre a essência dessas mulheres rurais, o que elas valorizam e as tradições que perpetuam. “O próprio nome do nosso grupo já diz: Unidas”, define a presidente Marisa Walter Bencke.
Na nossa conversa, que também contou com a participação da extensionista rural social da Emater/RS-Ascar, Viviane Röhrs, as participantes mais antigas compartilharam histórias, momentos tristes e felizes dos 33 anos do grupo. Além disso, as sócias do clube falaram sobre a evolução no interior. “Antigamente as mulheres ficavam só em casa. Hoje podem votar, são mais independentes”, comentou uma agricultora. “Muitas vezes, somos nós que tomamos a frente para resolver as coisas”, observou outra participante do Clube de Mães Unidas.
Em meio a essas mudanças sociais ao longo dos últimos anos, a união das mulheres, a partir desses grupos, foi um ingrediente fundamental. “Os grupos têm um papel muito importante de fortalecer as mulheres”, observa a extensionista da Emater, que desenvolve atividades com diversos grupos femininos do interior. Na prática, isso acontece com as conversas, trocas de experiências, passeios e cursos promovidos pelos clubes, na dança ou nos ‘cafés’ com cucas, bolos e outras tantas delícias produzidas por elas. “O que uma não sabe, a outra ajuda. Assim vamos aprendendo”, disse Semilda Pressler, 73 anos.
Foi um prazer conhecer o Clube de Mães Unidas e ter a oportunidade de poder registrar um pouco desta história. De quebra, voltei ao jornal, com deliciosas cucas confeccionadas pela dona Semilda, vice-presidente e uma das fundadoras do Clube de Mães Unidas. “A melhor cuqueira de Linha Isabel”, definiu a extensionista Viviane. Não ficou dúvida sobre isso. As cucas de uva, açúcar e framboesa fizeram sucesso entre colegas da Redação da Folha do Mate.
Vem aí, o Viva o Taquari Vivo
Um dos movimentos ambientais mais consolidados na região, o Viva o Taquari-Antas Vivo deste ano vai ocorrer no dia 22 deste mês, um sábado pela manhã. A exemplo do ano passado, a ação em Venâncio Aires ocorre no arroio Castelhno, principal afluente do Taquari no município. A tradicional ação de recolhimento de resíduos será realizada às margens do Castelhano, no Acesso Grão-Pará, e atividades educativas ocorrerão no espaço da academia ao ar livre. Na próxima quarta-feira, 5, às 14h, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) voluntários vão se reunir para organizar a atividade. Como o movimento é voluntário, qualquer pessoa da comunidade, entidade ou empresa pode participar.