Além dos professores, que têm o 15 de outubro como seu dia, este domingo também é dedicado a outra classe fundamental na nossa região e para todo o Brasil: é o Dia Internacional das Mulheres Rurais. Se, ao longo de muitos anos, muitas delas foram invisibilizadas, aos poucos, as mulheres que vivem e trabalham na área rural têm conquistado mais espaço.
Elas, que sempre estiveram lado a lado com os homens na lavoura, que são as principais responsáveis pela manutenção do lar, pelo cultivo e preparo dos alimentos da família, agora também são fontes de notícia, são vistas como referência por inovar em agricultura, ocupam posições de destaque em sindicatos, cooperativas e associações. É possível perceber avanços.
Apesar disso, ainda há desafios importantes a serem vencidos, como a independência financeira, conforme abordamos no caderno Folha Rural, que circula nesta edição. O suplemento especial apresenta histórias de mulheres que têm se destacado pelo protagonismo nos negócios familiares, na lavoura, nas associações e nos grupos nas quais estão inseridas.
As entrevistadas para o caderno Folha Rural são apenas algumas das tantas mulheres que têm protagonizado histórias muito bonitas no interior de Venâncio Aires. “Quantas tu precisas? Porque vai ser difícil escolher uma só”, disse a extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Djeimi Janisch, quando a contatei para pedir uma indicação de agricultora para entrevistar. De fato, não é fácil escolher.
Abaixo de chuva e com a noite caindo, saí da casa da Marli Rosângela de Oliveira, em Linha São João, na quarta-feira, 11, muito feliz de ter tido a oportunidade de conhecê-la, a partir da indicação da Djeimi e da extensionista rural social Viviane Röhrs. Compartilhar a história da Marli – que se orgulha de ter conquistado a carteira de motorista, que frequenta a academia duas vezes por semana para cuidar da saúde e que recentemente liderou a formação de um grupo de mulheres em Cerro dos Bois – é uma forma de mostrar o potencial das agricultoras. Mais do que isso, é uma forma de inspirar e valorizar outras tantas mulheres – sejam elas do campo ou da cidade.
A valorização do jornal
Durante a produção do Folha Rural, nesta semana, também tive o prazer de conhecer a Roseli Inês Hickmann, de Vila Teresinha, e a filha dela, Alana. Rose está à frente do Koloni KaffeeHaus, empreendimento da família que funciona em um prédio no estilo enxaimel construído em 1957 e oferece mais de 50 opções de pratos doces e salgados. O café colonial, iniciado há pouco mais de um ano e integra a Rota do Chimarrão, tem sido um sucesso e atraído moradores de diversos visitantes da região. É bonito de ver a dedicação em cada detalhe – da decoração do salão ao capricho com cada receita, preparada com ingredientes produzidos na propriedade familiar.
Também me emocionei ao perceber o quanto a Roseli valoriza o trabalho da imprensa. Em um cantinho especial do salão, próximo da imagem da Nossa Senhora Aparecida, está emoldurada em um porta-retrato a reportagem sobre o café colonial divulgada na revista Perfil Socioeconômico de Venâncio Aires e Microrregião no ano passado. A matéria feita pela colega Taís Fortes ganhou destaque especial no empreendimento de Vila Teresinha. Roseli garantiu que, na próxima semana, já vai providenciar um espaço para a nova matéria, que circula na edição de hoje. Obrigada pelo carinho!