Não há dúvida da importância de uma escola para a comunidade onde ela está inserida. Mas em algumas essa relevância é ainda mais acentuada. Nas pequenas instituições de ensino da zona rural, a maioria delas com turmas multisseriadas, o tamanho da escola é inversamente proporcional ao quanto representam para a localidade. O que elas representam é enorme. Elas são a vida, o coração da comunidade, definição que já ouvi muitas vezes, conversando com pessoas do interior, e que novamente é registrada pela Folha do Mate.
Na edição de hoje, reportagem assinada pela colega jornalista Débora Kist apresenta a realidade da menor escola de Venâncio Aires: a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João Cândido de Moura, de Linha Marmeleiro. No local, estudam 24 crianças, do pré até o 5º ano, e atuam três profissionais.
Para acompanhar uma manhã de aula na escola, conversar com pais, professores e estudantes, e conhecer a fundo a história da escola, Débora saiu às 5h30min do Centro de Venâncio e percorreu 45 quilômetros até o educandário. Além disso, na carona do transporte escolar, pôde vivenciar outro parte importante do dia a dia dos alunos do interior.
Além de muitos detalhes registrados no bloco de anotações, que são compartilhados com o leitor na reportagem nas páginas 18, 19 e 20, ela retornou com o ‘coração quentinho’, como se costuma dizer, pelo carinho recebido pelos estudantes. Na foto, ao lado de Débora, está Vitória Gabrieli Montinelli, 9 anos, estudante do 4º ano que entregou uma cartinha feita especialmente para a repórter. “Moça, você é muito legal”, disse a menina, que adora Matemática e sonha em ser médica quando crescer.
Quando vemos exemplos como o de Vitória e das outras 23 crianças que estudam na João Cândido de Moura, não há dúvida do quanto manter as escolas do interior é importante – apesar dos desafios econômicos e logísticos – pela proximidade e a identidade delas com seus alunos.
Há sete anos, em março de 2017, também para uma reportagem especial da Folha do Mate, eu visitei a Emef Presidente Vargas, em Linha Stamm, a 40 quilômetros do Centro da cidade. Na época, a instituição era menor do município, com oito alunos. No entanto, encerrou as atividades nos anos seguintes, por conta do número baixo de crianças atendidas. Conforme os dados da matéria de 2017, a João Cândido de Moura tinha 30 estudantes e havia 16 escolas com menos alunos matriculados do que ela.
Atualmente, uma resolução do Conselho Municipal de Educação estabelece o número mínimo de 15 crianças para a manutenção das atividades de uma escola. Ao longo dos últimos anos, acompanhamos o encerramento das atividades de muitas dessas pequenas instituições do interior de Venâncio Aires, tanto da rede municipal quanto estadual. Embora seja uma tendência, esse processo nunca é sem luta (e sem luto) das comunidades. Enquanto jornal, seguimos sempre registrando essas histórias e todas as nuances delas.
Bairro Aviação em destaque
No próximo sábado dia 30, um caderno especial do bairro Aviação abre a série ‘Bairros de Venâncio – atrativos e diferenciais em diversos pontos da cidade’, realizada pela Folha do Mate e Terra FM. O projeto vai apresentar o perfil das regiões da cidade pela ótica de seus moradores e frequentadores.
A história do bairro, espaços públicos e de lazer, a diversidade do comércio e dos serviços, investimentos públicos e privados, demandas, curiosidades e as pessoas que são referência nos locais estão entre os temas que serão abordados. Nossa equipe já está mobilizada para apresentar um conteúdo interessante e diversificado. Tem alguma sugestão? Entre em contato com a Redação pelo WhatsApp (51) 98943-4110
