As histórias que temos para honrar

Os cadernos Bairros, divulgados mensalmente pela Folha do Mate, têm como característica apresentar histórias de mobilização comunitária. Por meio de entrevistas com moradores e líderes das comunidades, mostramos a evolução, as mudanças e as conquistas em cada local. Na edição de hoje, é a vez dos bairros Santa Tecla, Diettrich e São Francisco Xavier ganharem espaço nas páginas do jornal.

Essas histórias marcadas pelo engajamento e trabalho voluntário, são, ao mesmo tempo, um convite e um desafio para as novas gerações – para a nossa geração. Muito do que usufruímos hoje é fruto do trabalho voluntário daqueles que vieram antes de nós. A pavimentação das ruas, as escolas, áreas verdes, associações comunitárias. Mas, como tudo está pronto, muitas vezes sequer imaginamos todo o esforço de quem nos antecedeu para que aquilo se tornasse realidade.

Como era o nosso bairro antes de estarmos lá? Quem foram as pessoas que doaram recursos financeiros e seu tempo em prol do coletivo? Para além disso: o que podemos fazer, hoje, para contribuir? Qual o nosso dever como cidadãos?

A divulgação de reportagens sobre os bairros de Venâncio Aires têm também esta proposição: impulsionar o desenvolvimento das comunidades a partir do resgate do passado e do registro do que ocorre atualmente. Cabe a nós honrarmos este legado.

Como moradora do bairro Diettrich, depois de ter passado a infância no São Francisco Xavier e conhecer bem o Santa Tecla, é um orgulho assinar este caderno Bairros. Especialmente porque, muito mais do que morar, meus pais e avós foram ativos nessas comunidades e fazem parte da história viva desses locais – no antigo grupo Jovens Unidos Distribuindo Amor em Cristo (Judac), na Sociedade Esportiva, Recreativa e Cultural Santa Tecla (Sercsate), no Esporte Clube Santa Tecla, nas sociedades ou na Comunidade São Francisco Xavier. Dar continuidade a essas histórias ou iniciar outras tão bonitas é nosso dever de casa.

Casal caminhoneiro

Ano passado, conheci a Elizarbes dos Santos Barbosa, cuja história contei no caderno especial do Dia do Colono e Motorista. Na época, após realizar o sonho de conquistar a Carteira de Habilitação categoria E, ela dava os primeiros passos como motorista de carreta de contêiner, como colega de profissão do marido Josemar Luciano Wendt, mais conhecido por Luciano.

Nesta semana, a caminhoneira compartilhou comigo fotos no Desfile dos Motoristas, realizado no último domingo, 21, que reuniu 655 veículos nas ruas centrais de Venâncio Aires. Orgulhosa com a conquista do caminhão próprio, ela destacou o grande aprendizado nesse período e a importância da humildade para o aprendizado contínuo.

“Comecei minha carreira em um caminhão com câmbio manual, oito meses depois peguei um Volvo FH automático. Tive que me adaptar a uma nova maneira de condução, mas foi bem tranquilo, deu tudo certo. Estamos aí, ‘amassando o tapetão’”, disse ela, que assim como o esposo, é funcionária da NWM Transportes Rápidos. “Casualmente, o meu caminhão e o deles são iguais. Os dois FH branco. É muito acaso”, observa.

Eliza e Luciano também criaram a página ‘Casal Containeiro’, no YouTube. “Postamos nossas viagens, nossa hora de lazer, quando estamos preparando nossas refeições. É bem legal. Sigam lá e curtam nossos vídeos”, convidou a motorista, que é apaixonada pela vida na estrada. Sucesso, Eliza!



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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