Linha do Nada, um trabalho jornalístico

A estudante de Jornalismo Luana Schweikart, colega da redação da Folha do Mate e Terra FM, deu mais um passo importante na caminhada acadêmica, nesta semana, com a apresentação do projeto experimental do curso na Unisc. O trabalho, realizado em dupla com Bianca Schilling, tem como tema o dilema histórico sobre a divisa de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, em localidades como Linha Seival. O assunto já foi pauta diversas vezes na Folha do Mate e demais veículos de comunicação da região, mas segue sem uma resolução.

A reportagem multimídia, com textos, vídeos e imagens, contempla entrevistas com técnicos e lideranças políticas dos dois municípios e diversos depoimentos de moradores que convivem com a indefinição sobre a divisa entre Venâncio e Santa Cruz e, consequentemente a qual município pertencem. A maioria utiliza serviços e tem à vida ligada a um local, apesar de os imóveis estarem registrados em outro.

São pessoas que moram na ‘Linha do Nada’ – nem Venâncio nem Santa Cruz –, como definiu um dos entrevistados e, de forma muito inteligente, foi escolhido pelas acadêmicas de Jornalismo como título do projeto. Um dos fatos que mais entristece os moradores, nessa pendência, é que parte da estrada não foi contemplada com o asfaltamento, há alguns anos. Como a emenda parlamentar utilizada foi direcionada a Santa Cruz, não poderia contemplar Venâncio, o que indignou os moradores, sendo motivo de intensos protestos.

O trabalho de Luana e Bianca recebeu um merecido 10, na avaliação da banca. Mas, para além do mérito acadêmico, é um projeto de destaque por focar numa demanda regional. Experiências assim ao longo do curso contribuem com a formação de profissionais voltados à realidade local e comprometidos com o desenvolvimento da região.

Diversidade em destaque no Fórum de Educação

A Secretaria Municipal de Educação divulgou, nesta semana, a programação do XIII Fórum Internacional e XVII Fórum Nacional de Educação de Venâncio Aires. O evento ocorre entre os dias 19 e 21 deste mês e vai abranger em torno de mil educadores da rede municipal de ensino.

A exemplo do último ano, além das palestras, diversas oficinas são realizadas de forma paralela, em diferentes locais, de acordo com as áreas de conhecimento e séries atendidas pelos professores. As atividades com grupos menores possibilitam um trabalho mais específico e voltado à prática em sala de aula – estratégia que teve uma avaliação positiva na última edição e será repetida.

Ao longo dos últimos anos, acompanhei o fórum em diversas oportunidades. Me chamou atenção que, além da diversidade da programação, a diversidade dos palestrantes é um destaque do evento deste ano.

Exemplo disso é a participação do professor, ator e escritor indígena Daniel Munduruku. Ver um indígena no palco do Clube de Leituras, dividindo conhecimento com os demais educadores, certamente será um momento histórico para Venâncio. Da mesma forma, palestra-show das professoras e instrumentistas Dejeane Arruée e Graziela Pires, do ‘50 tons de Pretas’, será um ponto alto da programação.

As duas atrações, certamente, vão trazer uma contribuição importante para o trabalho da história e cultura indígena e afro-brasileira em sala de aula, conteúdos que são previstos por lei e ainda desafiam muitos professores. Na foto, a equipe da Secretaria Municipal de Educação que está à frente da organização do fórum.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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