Lembro bem do primeiro dia de aula no CAJ. Foi no início do ano letivo de 2005, quando ingressava, cheia de expectativa e inseguranças, no 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Cônego Albino Juchem. Uma nova escola, um novo ciclo, novos colegas e professores. Para quem tinha estudado ‘a vida toda’, do pré à 8ª série, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dois Irmãos, do bairro Aviação, onde conhecia todo mundo e cada partezinha do colégio, o Estadual me assustou. Era muita gente! Uma escola muito grande: de tamanho, em número de alunos e de credibilidade. A ‘fama’ do CAJ era de ter ‘ensino forte’. Estudar lá era uma promessa de um bom futuro – e de fato, foi.
Tenho muito orgulho de ter sido aluna da maior escola de Venâncio Aires, que neste domingo, 18, completa 60 anos de atividades. Orgulho de ter sido líder de turma, integrante da comissão organizadora da formatura, oradora das turmas. De ter feito parte de uma história tão rica de uma escola que segue como referência no nosso município.
Foi como aluna do CAJ, nas aulas de Português, com a professora Ione Siqueira, que descobri que era Jornalismo o caminho que eu queria seguir. A partir do incentivo das ‘soras’, em especial da Rosange Lehmen de Moraes, de Biologia, corri atrás para garantir uma bolsa pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Saí do CAJ estimulada a seguir estudando.
Para além do conhecimento construído enquanto estudante, foram vivências muito especiais nos espaços que só quem foi estudante do CAJ conhece bem: as mesinhas do saguão, o auditório, o cheiro da merenda que invadia as salas de aula, as balas compradas no barzinho, a arquibancada do ginásio, a sala de vídeo, a campainha na porta da frente, os avisos anunciados pelas caixas de som, a sala da vice-direção.
Uma escola é toda essa vida que extrapola a sala de aula. Ela nos forma não apenas com o diploma do Ensino Fundamental ou Médio, mas como ser humano. Os três anos como estudante do CAJ são um capítulo especial para mim – assim como, tenho certeza, são para todos que por lá passaram nessas seis décadas de história e os mais de mil alunos que frequentam a escola atualmente.
Em meio a trabalhos em grupo, revisão de conteúdo, momentos de bagunça, refri no Calçadão depois da aula, paixonites e dilemas que só a adolescência reserva, fortaleci amizades que seguem até hoje. Entre elas, estão minhas amigas de coração Fernanda Renz e Janaíne Roesch, que gentilmente recuperou as fotos da nossa época na escola, como esta abaixo, produzida especialmente para o convite de formatura do Ensino Médio, em 2007.
Por sorte, naquele primeiro dia de aula de 2005, permanecemos na mesma turma, seguindo a ordem alfabética. Ao lado delas e de outros colegas, caminhava diariamente até a escola, em um percurso de mais de dois quilômetros, que às vezes era curto para tanta conversa que tínhamos. Tão curto quanto é o espaço desta coluna, hoje, onde foi preciso resumir as memórias. Afinal, neste fim de semana tão especial de aniversário do CAJ, ela não poderia ter sido ocupada com outro assunto. É sempre um prazer e uma emoção poder retornar à escola, como já fiz tantas vezes ao longo da trajetória como jornalista, e relembrar aquele período.
Uma reportagem especial sobre as seis décadas do educandário tem destaque na edição de hoje, das páginas 24 a 27. No jornal Folha do Mate e Terra FM, outros tantos colegas carregam o orgulho de ter estudado na Escola Cônego Albino Juchem. Entre eles, a editora Letícia Wacholz, os repórteres Débora Kist, Caco Villanova, Alvaro Pegoraro e Júlia Brandenburg, o comunicador Felipe Rosa e profissionais dos setores Comercial, de Assinaturas e Administrativo, como Ricardo Stein, Willian Bohn, Jéssica Vogel, Leandro Wagner, Luana Bauermann e Luana Weschenfelder. Grande parte do nosso time é ‘cria’ do CAJ. Somos felizes por fazer parte desta história!