Pela recuperação da mata ciliar

A destruição da mata ciliar, no entorno de rios e arroios, foi um dos inúmeros prejuízos das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul há 4 meses. Em Venâncio Aires não foi diferente, especialmente no rio Taquari. Em muitos pontos, ela foi totalmente consumida e o leito do rio ficou, literalmente, ao lado da ERS-130 – há pontos onde é perigoso trafegar, inclusive.
Dada a importância para a proteção dos cursos d’água – basta lembrar da analogia com os cílios, que fazem a proteção dos olhos – e como forma de amenizar as consequências de novas cheias, a recuperação da mata ciliar precisa ser uma prioridade.

Ao encontro disso, o Movimento Pró-Matas Ciliares do Vale do Taquari, iniciativa que une ambientalistas voluntários de diversas cidades, tem evidenciado esta bandeira e buscado inserir o tema na pauta dos agentes públicos, em busca de ações concretas e efetivas.
Venâncio Aires foi o primeiro município a procurar o Movimento para saber mais sobre o trabalho e buscar desenvolver ações para a recuperação da vegetação no entorno do Taquari e do arroio Castelhano.

Ambientalistas do movimento já estiveram em Venâncio para conferir a situação do rio Taquari pós-enchente. Além disso, outro passo desse trabalho conjunto será o seminário ‘Recuperação de matas ciliares e áreas degradadas pós-enchentes’, no dia 11 de outubro, às 13h30min, no auditório da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Caciva). A programação é organizada pela Prefeitura, o Movimento e o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

O objetivo do evento é discutir, avaliar e projetar ações que contribuam para a recuperação e preservação de locais que foram destruídas ou comprometidos pelos eventos climáticos extremos deste ano. A partir disso, será possível organizar um plano de ação de curto, médio e longo prazo, para essas áreas degradadas.

As venâncio-airenses Patrícia Renz, bióloga, e Emelin Eisermann, engenheira ambiental, integram o Movimento Pró-Matas Ciliares e têm atuado ativamente na causa. No início do mês, as voluntárias participaram de uma atividade de educação ambiental promovida pela Folha do Mate, por meio do projeto ‘Nascentes’, na Escola Estadual de Ensino Médio Adelina Isabela Konzen. Na oportunidade, ensinaram os estudantes a fazerem bombas de sementes – técnica utilizada para reflorestamento, na qual são utilizados argila, terra e sementes.
De acordo com as ambientalistas, o seminário será um momento importante para mostrar para a comunidade o que aconteceu, a importância de recuperar a mata ciliar e alinhar ações conjuntas. Entidades, clubes de serviço, sindicatos, órgãos públicos e todos os demais interessados são convidados a participar do evento.
A Folha do Mate tem acompanhado o tema de perto, com reportagens sobre a temática e ações educativas, especialmente por meio do movimento Novas Páginas e do projeto ‘Nascentes: nossa água, nosso futuro’. O caderno Nascentes deste mês, que circula no próximo sábado, 21, Dia da Árvore, vai abordar o assunto, evidenciando a relação das árvores e da mata ciliar com a água.
Conhecer mais sobre o assunto é o primeiro passo para preservar. A seguir, confira nove benefícios da mata ciliar.


1 Controle da força da água, no caso de inundações
2 Barreira para sedimentação dos rios
3 Nutrição do solo
4 Moradia para animais
5 Manutenção da biodiversidade
6 Produção de oxigênio
7 Melhora na qualidade do ar
8 Redução da temperatura do ambiente
9 Aumento da quantidade e da qualidade da água

Nesta semana na qual vimos nossa cidade encoberta pela fumaça vinda das queimadas nos estados do Mato Grosso, Pará e São Paulo, em que assistimos incrédulos à destruição das florestas da Amazônia e do Cerrado nosso país – cujo impacto é global – ficou ainda mais evidente o alerta: é preciso agir e cobrar ações mais fortes dos governantes.

O que temos feito em prol do meio ambiente, além de reclamar da fumaça, do calor ou das enchentes? Qual tem sido nossa atuação nos pequenos hábitos diários por uma vida mais sustentável? O que estamos ensinando para a próxima geração? Trocar o copo plástico descartável por uma xícara, usar uma sacola retornável na hora das compras, plantar uma árvore, desligar os eletrônicos quando não estiver utilizando, economizar água. São pequenos atos, mas necessários e urgentes.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

Clique Aqui para ver o autor

DESTAQUES

Template being used: /var/www/html/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido