A semana foi marcada pela despedida repentina do diretor-executivo da Escola do Chimarrão, Pedro José Schwengber. Conheci o Pedrão no meu primeiro emprego, no escritório de contabilidade Contec, do qual era cliente. Quando saí de lá para ingressar na Folha do Mate, meu primeiro encontro com ele como repórter foi na Fenachim de 2010. Brincando, me disse que já tinha reivindicado a minha recontratação no escritório pois sentia falta do meu sorriso na recepção para atendê-lo. No entanto, ficou feliz e me incentivou ao saber do início da carreira no jornalismo.
Nos encontramos em muitos eventos desde então. A comoção geral causada pela morte do Pedrão reforçou o que já sabíamos, o quanto ele era querido por todos. Fica difícil imagina uma Fenachim e demais programações sem ele, em frente ao ônibus da escola e no entorno da mesa com os 36 tipos de chimarrão. Ficam as lembranças e a responsabilidade dos venâncio-airenses levarem esse legado adiante.
Outro falecimento, nesta semana, foi de Áurio Luiz Bender. Aurinho, como era conhecido, se tornou uma figura conhecida em Venâncio. Deficiente mental, não poupava simpatia e, por muito tempo, foi presença confirmada nos eventos culturais da cidade – de preferência, na primeira fila. Quem passava pela rua General Osório, quase na esquina com a Júlio de Castilhos, via ele sentado em uma cadeira de praia na calçada. Como o trecho era caminho para mim, enquanto estudante de Ensino Médio da Escola Cônego Albino Juchem (CAJ) e também depois para ir ao trabalho, sempre cruzava com o Aurinho, que cumprimentava faceiro. Daquelas amizades que a gente faz com o olhar.
Filho de Arno (in memorian) e Odila Bender, Aurinho tem como irmãos Arlênio, Aida e Álvaro. Ele faleceu na quarta-feira, 31, no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), aos 71 anos. O corpo será sepultado na tarde deste sábado, no Cemitério Municipal.
Sair do automático, pelo bem do meio ambiente
Carregar uma sacolinha retornável dentro da bolsa é um hábito para mim. Quando vou ao mercado ou à feira, lanço mão das minhas sacolas ecológicas – inclusive, tenho vários tamanhos e modelos com estampas especiais. Com raras exceções, sempre carrego as compras em sacolas que podem ser lavadas e voltam a ser usadas, como substituição às plásticas descartáveis. Um costume que desenvolvi nos últimos anos e se tornou parte da rotina. Para que isso acontecesse, no entanto, foi preciso ‘sair do automático’. E isso nem sempre é fácil.
Por vezes, parece até antipatia com os trabalhadores dos supermercados que empacotam os produtos com uma agilidade incrível. Estou abrindo a bolsa para tirar a ecobag e me deparo com vários produtos na sacolinha plástica. Já sorri amarelo alguma vez mostrando minha sacola de pano. Com o tempo, aprendi a me antecipar e já separar as sacolas enquanto aguardo na fila do caixa. Assim, evito retrabalho e qualquer inconveniente.
Assim como foi uma mudança para mim, alterar a lógica do empacotamento com as sacolas plásticas exige ‘sair do automático’. Aliás, toda ação ambiental efetiva nos obriga a sair desse correria doida que vivemos e repensar hábitos e atitudes. E por falar nisso, repensar, recusar, reduzir e reutilizar a sacola – termos aplicados nesse simples exemplo da sacola retornável – estão entre os cinco R’s considerados pilares da sustentabilidade. Na sequência, vem o reciclar, o quinto R.
Até parece pouco recusar duas ou três sacolas a cada ida ao mercado. Mas, ao ver as notícias sobre as ilhas de plástico nos oceanos e os prejuízos que causam aos animais marinhos e as aves, vejo o quanto essa pequena ação de ‘formiguinha’ é necessária. Nem preciso ir tão longe: ao ver os bueiros entupidos e o plástico que boia no arroio Castelhano, de onde é tirada a água para nosso consumo, tenho ainda mais certeza sobre essa ação.
Outro hábito que tenho adotado foi recusar canudinhos quando consumo alguma bebida em um bar ou restaurante. Os poucos segundos de uso de um canudinho não compensam as centenas de anos que ele estará no planeta terra.
Aproveito para compartilhar essas situações, ao encontro do tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, ‘Soluções para a poluição plástica’, que também é abordado no caderno especial que circula nesta edição.
Entre os exemplos destacados estão o da gestora ambiental Norma Barden, secretária do Conselho Municipal de Meio Ambiente. Norma também é uma ‘formiguinha’ com suas sacolas retornáveis. Entre elas, uma tem um significado especial: uma bolsinha de crochê feita pela mãe dela, que fica pequenininha quando dobrada.
Na próxima segunda-feira, 5 de junho, celebra-se o Dia do Meio Ambiente. Especialmente nós, que vivemos em uma região brindada com tanta natureza, temos muito a comemorar. Em contrapartida, isso reforça ainda mais a nossa responsabilidade em ‘reduzir a nossa pegada’. E quem tal celebrar com uma sacola a menos?