É consenso que precisamos de água disponível e com qualidade para abastecer a população. Dos trabalhos escolares aos projetos empresariais e aos discursos políticos, esse é um tema recorrente. De forma prática, no entanto, ainda há muito a avançar no entendimento sobre a importância do tratamento de esgoto e na efetivação desse serviço. A estimativa é de que de toda água consumida, 70% vira esgoto – por isso, aliás, a taxa de serviço cobrada pelo tratamento de esgoto é 70% sobre o valor da água.

Embora a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Venâncio Aires, localizada no bairro Morsch, já esteja em operação, são apenas 4,4 mil economias que já têm a ligação com a rede coletora. A expectativa da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) é que o número chegue a sete mil, neste ano, o equivalente a 30% do total, mas o índice ainda é muito baixo.

Enquanto a abrangência do tratamento de esgoto aumenta a passos lentos, a população segue despejando esgoto no arroio Castelhano, mesmo recurso hídrico de onde é captada a água que chega às nossas casas – que é muito diferente daquela cristalina e insípida das nascentes. Além de poluir a água e o solo, o descarte incorreto do esgoto exige muito mais tratamento para tornar a água potável.

Entre as iniciativas que estão sendo planejadas para contribuir com a demanda na Capital do Chimarrão está uma possível mudança na Lei de Parcelamento do Solo, com relação à rede coleta de esgoto em novos loteamentos. A partir de uma proposição do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Venâncio, uma comissão foi criada para discutir a alteração. Isso, a partir de laudos que mostram que o solo do município não suporta mais absorver os resíduos e o esgoto precisa ter a devida destinação. Caso a mudança na legislação seja aprovada, novos loteamentos precisarão ter redes coletoras de esgoto sanitário e estação de tratamento coletiva, que poderá ser interligada com a rede coletora municipal.

Na página 3 do caderno ‘Nascentes’ que circula encartado nesta edição da Folha do Mate, matéria da colega Débora Kist aborda o tema, que está sendo tratado por representantes das secretarias de Meio Ambiente, Saúde e Planejamento e Urbanismo, além da Procuradoria Jurídica. Certamente, um assunto que ainda dará muito pano para a manga, mas que precisa estar na pauta de toda a sociedade. O slogan do projeto Nascentes é ‘Nossa água, nosso futuro’, e dentro desse futuro sonhado com água de qualidade, tratar o nosso esgoto é urgente.

Dia do Colono e Motorista

Na próxima terça-feira, 25 de julho, é comemorado o Dia do Colono e Motorista. Como já é tradicional, a Folha do Mate publicará um caderno especial sobre o tema. Afinal, são duas categorias com atuação de destaque e de fundamental importância na economia de Venâncio Aires.

Nas últimas semanas, nossa equipe conheceu histórias muito bacanas que serão compartilhadas com os leitores na terça-feira. São depoimentos de agricultores que têm dado sequência ao trabalho que ultrapassa gerações e de motoristas que carregam as mais diversas cargas: alimentos da merenda escolar, água para amenizar as dificuldades enfrentadas pela estiagem e produtos comprados pela internet, entre outras tantas. Confira a edição de terça para conhecer as histórias!

Juliana Bencke

Editora de Cadernos