A quinta-feira ensolarada, depois de vários dias de chuva, foi o cenário perfeito para a experiência de turismo rural proporcionada pela Cooperativa Sicredi Vale do Taquari para um grupo de jornalistas e comunicadores da região. Tive a satisfação de integrar essa comitiva, representando a Folha do Mate, ao lado dos colegas da Terra FM, Lucas Elsenbah e Rogério Vogt, o Alemonzito. Um dos locais visitados foi a Casa Paulina, em Linha Olavo Bilac, interior de Venâncio Aires.
O empreendimento, que iniciou como um espaço para eventos, participa do programa Qualifica Turismo Vale do Rio Pardo e tem se estruturado para se voltar ao turismo. A ideia dos proprietários Lauri Meurer e Rosi Hamester é abrir um restaurante de fim de semana no casarão quase centenário, rodeado de natureza e que encanta pelos detalhes. Além do atrativo gastronômico, os visitantes terão a possibilidade de fazer visitação à propriedade, onde estão expostas diversas peças de época.
Tudo no local é encantador: o verde, o açude e as plantas na área externa, as grossas paredes de pedra, o assoalho e o mobiliário antigo, que conta a história da família Meurer e de tantas outras famílias do interior de Venâncio e região. Um galpão com ferramentas, uma moenda de cana, forno de pão e até mesmo uma patente – o ‘banheiro’ usado antigamente – poderão ser conferidos pelos turistas.
Com extrema dedicação e capricho, Lauri e Rosi têm se dedicado para tornar a Casa Paulina um empreendimento turístico de destaque.Para isso, além do restauro de muitos itens que pertenceram à família, eles também garimparam outras tantas peças para substituir as que já não faziam mais parte do acervo. A casa parece cenário de novela antiga. Lembra as tantas casas de avós que existiram e existem por aí.
Por falar nisso, o nome Paulina é uma homenagem à avó de Lauri, casada com Jacob Meurer, que adquiriu a residência em 1926. A escolha do nome para o empreendimento carrega toda essa simbologia de casa de vó. Segundo Lauri, apesar de ser uma família humilde, ao longo das gerações que passaram pela casa (ele também morou no local até os 23 anos), sempre havia movimentação de pessoas, amigos que chegavam e confraternizavam no local. Para ele, a decisão de adquirir o imóvel e investir nele para turismo está relacionada a essa e a tantas memória do local. “Houve interessados em comprar a propriedade, mas que iriam derrubar o casarão. Eu não poderia deixar isso acontecer”, relatou Lauri. Ele também ressaltou que muitas pessoas que iam até a propriedade citavam diversas coisas que lembravam a casa de suas avós. “Mas quando eu perguntava onde estavam essas coisas antigas, elas tinham se perdido, não existiam mais”, disse, ao justificar a importância da sua escolha.
Admiradora da história que sou, me deliciei ao ver e ao ouvir o relato apaixonado de Meurer por cada peça e cantinho da casa. Quando o empreendimento iniciar as atividades, acredito que muita gente, assim como eu, vai reviver e criar novas memórias: uma experiência enriquecedora que o turismo rural pode proporcionar. Mais do que isso, a Casa Paulina, somada a outros empreendimentos de Venâncio Aires, contribuirá para fazer uma nova história de turismo na Capital do Chimarrão.
150 anos de Linha Isabel
No próximo sábado, 23, circulará o caderno especial Folha Rural, como uma edição alusiva aos 150 anos de Linha Isabel. A localidade comemora o sesquicentenário com festa, no ginásio, a partir das 10h. A programação inicia com desfile, com a participação de representantes das famílias dos primeiros imigrantes, sociedades e grupos da própria localidade e de Centro Linha Brasil e Marechal Floriano. No caderno especial, a Folha do Mate vai apresentar fatos importantes dessa história, a partir de depoimentos de moradores da localidade e pessoas que têm suas raízes na comunidade.
