Arroz de carreteiro de forno

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Ingredientes

2 colheres (sopa) de óleo
1 cebola picada
3 dentes de alho amassados
2 xícaras (chá) de carne-seca em cubos dessalgada e cozida
1 tomate sem sementes picado
2 xícaras (chá) de arroz lavado e escorrido
4 xícaras (chá) de água fervente
Sal e cheiro-verde picado a gosto
2 xícaras (chá) de queijo minas meia cura ralado
Azeite para regar

Modo de preparo

Em uma panela, aqueça o óleo, em fogo médio, refogue a cebola e o alho até murchar. Adicione a carne-seca, o tomate e refogue por 3 minutos. Acrescente o arroz e refogue por mais 2 minutos. Junte a água, acerte o sal e cozinhe com a panela semitampada em fogo baixo até secar a água. Tampe a panela e deixe descansar por 10 minutos.

Solte o arroz com um garfo, misture o cheiro-verde e transfira para um refratário médio. Cubra com o queijo, regue com o azeite e leve ao forno médio, preaquecido, por 10 minutos. Sirva em seguida.

Carreteiro na pressão

Ingredientes

2 colheres (sopa) de óleo
1/2 gomo de linguiça calabresa em cubos
1 xícara (chá) de bacon em cubos
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
500g de carne-seca dessalgada em cubos
2 xícaras (chá) de arroz parboilizado cru, lavado e escorrido
4 e 1/2 xícaras (chá) de água quente
1 tomate picado
Sal e cebolinha picada a gosto

Modo de preparo

Em uma panela de pressão, aqueça o óleo, em fogo médio, e doure a calabresa e o bacon.
Adicione a cebola, o alho e refogue por 2 minutos. Acrescente a carne-seca e frite por 5 minutos. Junte o arroz e refogue por 3 minutos.
Despeje a água quente, o tomate, acerte o sal, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por 10 minutos depois de iniciada a pressão. Desligue e deixe sair a pressão completamente.
Abra a panela para verificar se o arroz e a carne estão cozidos.
Se for necessário, cozinhe por mais 5 minutos com a panela aberta. Retire da panela, coloque em um refratário e polvilhe com cebolinha. Sirva quente.

Nobre cardápio crioulo das primitivas jornadas,
Nascido nas carreteadas do Rio Grande abarbarado,
Por certo nisso inspirado, o xiru velho campeiro
Te batizou de “Carreteiro”, meu velho arroz com guisado.

Não tem mistério o feitio dessa iguaria bagual,
É xarque – arroz – graxa – sal
É água pura em quantidade.
Meta fogo de verdade na panela cascurrenta.
Alho – cebola ou pimenta, isso conforme a vontade.

Não tem luxo – é tudo simples, pra fazer um carreiteiro.
Se fica algum “marinheiro” de vereda vem à tona.
Bote – se houver – manjerona, que dá um gostito melhor
Tapiando o amargo do suor que –
às vezes, vem da carona.

Pois em cima desse traste de uso tão abarbarado,
É onde se corta o guisado ligeirito – com destreza.
Prato rude – com certeza,
mas quando ferve em voz rouca
Deixa com água na boca a mais dengosa princesa.

Ah! Que saudades eu tenho
dos tempos em que tropeava
Quando de volta me apeava
num fogão rumbeando o cheiro
E por ali – tarimbeiro, cansado de bater casco,
Me esquecia do churrasco saboreando um carreteiro.

Em quanto pouso cheguei de pingo pelo cabresto,
Na falta de outro pretexto indagando algum atalho,
Mas sempre ao ver o borralho onde a panela fervia
Eu cá comigo dizia: chegou de passar trabalho.

Por isso – meu prato xucro, eu me paro acabrunhado
Ao te ver falsificado na cozinha do povoeiro
Desvirtuado por dinheiro à tradição gauchesca,
Guisado de carne fresca, não é arroz de carreteiro.

Hoje te matam à Mingua, em palácio e restaurante
Mas não há quem te suplante,
nem que o mundo se derreta,
Se és feito em panela preta, servido em prato de lata
Bombeando a lua de prata sob a quincha da carreta!
Por isso, quando eu chegar,
nalgum fogão do além-vida,
Se lá não houver comida já pedi a Deus por consolo,
Que junto ao fogão crioulo,

Quando for escurecendo, meu mate -amargo sorvendo,
A cavalo nalgum tronco, escute, ao menos, o ronco
De um “Carreteiro” fervendo.

Jayme Caetano Braun

    

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