Nós nunca mentimos. Quando mentimos, é para o bem de vocês. Verdade. Começa na infância, quando a gente diz para a mãe que está sentindo uma coisa estranha, bem aqui, e não pode ir à aula sob pena de morrer no caminho. Se fôssemos sinceros e disséssemos que não tínhamos feito a lição de casa e por isso não podíamos enfrentar a professora a mãe teria uma grande decepção. Assim, lhe dávamos a alegria de se preocupar conosco, que é a coisa que mãe mais gosta, e a poupávamos de descobrir a nossa falta de caráter. Melhor um doente do que um vagabundo. E se ela não acreditasse, e nos mandasse ir à escola de qualquer jeito, ainda tínhamos um trunfo sentimental.
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Luis Fernando Verissimo – As Mentiras que os Homens Contam
Este é um trecho do livro de Verissimo, nosso querido patrono da 15ª Feira do Livro. A publicação reúne uma série de crônicas publicadas em outros livros ou jornais. é um dos primores do autor que competentemente relata a vida cotidiana, já nos tempos das ‘Aventuras da Família Brasil’.
Um tema da vida cotidiana. Não há mulherque não reclame dessa, digamos, ‘característica masculina’. Verissimo tenta explicar com uma boa dose de humor e mostra que na verdade toda essa ‘negação’ é, na verdade, fragilidade.
A obra de Verissimo é cheia de bons títulos que nos instigam e nos levam a livros extraordinários.
Veja só:
– O Gigolô das Palavras
– A Grande Mulher Nua
– Diálogos Impossíveis
– Comédias para Ler na Escola
– Comédias da Vida Privada
– Sexo na Cabeça
– O Clube dos Anjos
– O Jardim do Diabo
– Orgias
– …. e por aí vai
