Não me canso de destacar neste espaço, os potenciais, as belezas e o orgulho do nosso interior. Venâncio Aires é um município essencialmente agrícola, logo, um município com gigante território rural. Muito mais do que lavouras, temos belezas naturais que encantam e, tenho certeza, que muita gente não conhece. Muitas delas ficam bem escondidas, em meio à natureza.
Uma delas fica a uns 37 quilômetros de distância da região central, em Linha Cachoeira Baixa, localidade que pertence ao distrito de Vila Deodoro. Foi lá que eu conheci, no fim de semana passado, a famosa cascata véu da noiva, localizada em uma propriedade privada.
Depois de passar pela entrada de Linha Cachoeira Baixa, o trajeto pelas sinuosas vias fica mais difícil, ao ponto de se perguntar: será que passa carro aqui? Com poucas indicações, o jeito foi parar e perguntar para uma das poucas famílias residentes da localidade.
Para quem não viu nenhum veículo no caminho, a surpresa ao chegar próximo ao local da cascata foi encontrar diversos carros e motos estacionados próximos da estrada, embaixo de árvores. A partir daí, uns 50 metros separa a estrada de uma pequena trilha (nem tão definida) que leva os aventureiros até a cascata. Achei o caminho difícil e escorregadio. É preciso tomar bastante cuidado na descida.
Depois disso, é só curtir o que a natureza criou: um belo refúgio natural. O volume da queda de água, segundo pessoas que estavam repetindo a visita, costuma ser maior em outras épocas, mesmo assim, não tirou a beleza do lugar.
SABIA? – Lá vai uma curiosidade: sabia que véu da noiva não é o nome desta cascata, e sim, o tipo? A referência é em virtude da semelhança da queda d’água com o véu de uma noiva. Inclusive, existem muitas outras cascatas do tipo véu da noiva por aí. Uma delas fica em Gramado, na serra gaúcha.
Empreender no turismo
Assim como a cascata véu da noiva, existem muitos locais no interior de Venâncio Aires que poderiam ser explorados. Entretanto, tornar esses espaços pontos turísticos oficiais depende do interesse dos proprietários. Enquanto isso, o que se percebe, especialmente nos fins de semana, é o crescimento do número de pessoas percorrendo o interior em busca de um desses refúgios naturais.
Conversei com a coordenadora do Departamento Municipal de Turismo, Angelica Diefenthäler, que confirmou que a Prefeitura já chegou a fazer contato com o proprietário desta área, no entanto, ele não mostrou interesse de investir.
Não é à toa. Se tornar empreendedor deste ramo inclui garantir melhor infraestrutura, segurança e obter licenças ambientais, por exemplo. Da mesma forma, é importante dizer que enquanto locais como esses não são efetivamente gerenciados, o Município não pode incluí-los como um ponto oficial de visitação, pois muitos locais, a exemplo desta cascata, não oferecem a infraestrutura mínima para receber turistas. “O que está faltando em Venâncio é as pessoas quererem empreender no turismo rural. […] Investir no turismo é um retorno que vem a médio e longo prazo e, muitas vezes, as pessoas custam a acreditar nisso.”
Angelica adianta que a ideia é reunir, em março, proprietários e pessoas interessadas em investir nestes espaços em meio à natureza, com destaque para as fontes naturais de água, para tratar sobre um regramento básico para esses locais. Uma ação que pode fomentar nosso turismo e valorizar nossas belezas escondidas.