Tão logo a votação deste domingo termine, entrará em ação um complexo sistema para a transmissão dos dados das urnas eletrônicas para os tribunais regionais eleitorais e o Tribunal Superior Eleitoral. Para garantir que não ocorra nenhuma fraude durante o processo, o esquema inclui desde comprovantes de papel até os mais modernos instrumentos de tecnologia da informação.

O primeiro passo, depois do voto do último eleitor, após as 17h, é a inserção na urna eletrônica da senha que encerra os trabalhos. Isso é feito pelo mesário que preside a seção. Em seguida, ele imprime o Boletim de Urna (BU). Esse documento contém o resultado daquela seção e poderá ser usado posteriormente para eventual verificação da contagem.

Depois de emitir o BU, o mesário grava os dados daquela urna eletrônica em uma espécie de pendrive que já é acoplado ao equipamento e leva o nome de Memória de Resultado. Como as urnas não são ligadas a nenhum sistema de rede ou internet, para evitar invasões de hackers, a Memória de Resultado e o Boletim de Urna são encaminhados para um ponto de transmissão e de lá seguem para os datacenters dos 27 tribunais regionais eleitorais. O processo de transmissão é feito por VPN, sigla em inglês para Rede Privada Virtual.

Nos TREs, começa a verificação de cinco itens de segurança, para garantir que não houve fraude no caminho dos votos que estavam nas urnas até o datacenter. São conferidos, por exemplo, se o número da seção confere com o interno da urna eletrônica e se o BU confere com a assinatura do aparelho. Depois de garantir que os dados recebidos não sofreram nenhuma interferência externa, a contagem começa. Os dados são transmitidos, na maioria, por meio dos cartórios eleitorais, utilizando-se também da rede comunicação privativa da Justiça Eleitoral. Nos locais de difícil acesso, onde não há recursos de infraestrutura, são usadas as estações de transmissão por satélite (SMSAT) – atualmente aproximadamente de 1,5 mil localidades.