
O Grupo Folha do Mate inicia neste fim de semana mais uma cobertura internacional. A partir desta segunda-feira, 17, as atenções da região se voltam à 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 11) e para a 4ª Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco (MOP 4), que ocorrerão nas duas próximas semanas em Genebra, na Suíça.
Eu embarco neste sábado, 15, para acompanhar este evento que coloca em pauta políticas globais de controle do tabaco e medidas que podem impactar diretamente toda a economia dos municípios e estados produtores. Em Venâncio Aires, por exemplo, o tabaco representa 50% da economia, envolve mais de 3,6 mil famílias e, durante a safra, as indústrias do setor empregam mais de 5 mil pessoas. Até mesmo quem não atua no setor sente os reflexos da cadeia produtiva. O resultado está na geração de impostos e na renda que circula pelo município.
Eu chego em Genebra neste domingo e ao longo da próxima semana, os leitores poderão conferir todos os detalhes desta cobertura nas páginas do Jornal Folha do Mate, na Rádio Terra FM (105.1) e no portal folhadomate.com. Neste espaço, vou compartilhar bastidores da COP e curiosidades sobre o país. Acompanhe!
Filtros dos cigarros, o destaque da pauta da COP 11
Em meio à realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), na cidade de Belém, no Brasil, a COP do Tabaco também deve se debruçar à pauta ambiental.
Um dos assuntos que vai estar na mesa de discussões, neste ano, é a proposta que busca dar fim aos filtros dos cigarros. Segundo representantes da cadeia produtiva do tabaco no Brasil, ouvidos pela reportagem da Folha do Mate, se essa proposta vier a ser aprovada, representaria um “efeito devastador” ao setor.
A ex-chefe do Secretariado da Convenção-Quadro, a médica brasileira Vera Luiza da Costa e Silva, que atualmente responde como secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), disse, em entrevista à Folha, que os filtros são compostos por acetato de celulose (um tipo de microplástico) e representam um dos resíduos mais abundantes encontrados em praias e áreas urbanas.
Para o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Edimilson Alves, “com o banimento dos filtros, aumenta a evasão fiscal, cai a arrecadação e cresce o desemprego. Quem ganha, caso isso seja implementado, é apenas o crime organizado, que continuará comercializando cigarro ilegal com filtro”, afirma. Atualmente, quase 40% do cigarro consumido no país já é oriundo do mercado ilegal. “A meu ver, é um ato irresponsável. Não há preocupação com uma cadeia produtiva que gera mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos”, completa.