Faltando 11 meses para a próxima edição da Festa Nacional do Chimarrão, o compromisso de organizar uma das principais festas do estado e, ao mesmo tempo, limpar uma imagem de caixa negativo, deixado pela última edição do evento. Situação que ainda está em pauta com a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores. Além de trabalhar contra o relógio, pois uma festa desta envergadura exige planejamento e busca de patrocínio, os gestores trabalham com uma meta principal: garantir sustentabilidade financeira ao evento, que já tem data marcada: 4 a 15 de maio de 2016.A próxima edição, que também vai marcar os 30 anos da festa, já começa a ser desenhada com boas expectativas. Primeiro, com o anúncio de que o empresário Luiz Paulo Assmann estará, junto com o prefeito Airton Artus, à frente da executiva da festa. Ter um gestor da iniciativa privada já era um objetivo, desde que foi encerrada a 13ª Fenachim, única edição da história a ser presidida pelo próprio prefeito, vice e secretários da Administração. A dificuldade de encontrar um presidente, no entanto, já vinha desde 2011, quando o vice-prefeito assumiu o cargo.Nestes últimos anos, os resultados financeiros trouxeram para as rodas de chimarrão – e para as páginas da Folha do Mate – a necessidade da Fenachim se profissionalizar. Este é apontado como o principal caminho para que a festa que enaltece a bebida símbolo do Rio Grande do Sul, não dê prejuízo e o chimarrão ‘não queime a língua’, de nenhum presidente, figura que está sempre sujeita às críticas e é cobrada pelos resultados. Esta tecla já vinha sendo batida e os exemplos da Oktoberfest e Festa da Uva, mostram que é possível fazer uma gestão diferenciada mas, para isso, é preciso que a comunidade abrace a causa.Pela primeira vez, de fato, parece que a pro-fis-sio-na-li-za-ção da Fenachim vai sair do papel. Para isso, será criada uma entidade própria para ser mantenedora. Com isso, a Festa do Chimarrão terá mais autonomia, principalmente, na captação de recursos, o ‘calcanhar de aquiles’ da organização. Até então, a festa depende da Prefeitura para abrir o caixa. A cada nova edição a conta começa do zero. Ou melhor, a cada festa, uma conta deve ser aberta, pois o desafio começa pela definição do presidente e também, da entidade mantenedora para cuidar do dinheiro, isto é, das receitas e das despesas que precisam estar pagas no fim do evento. Serviço voluntário também deve ser uma marca da 14ª Fenachim. Para isso, está confirmado que membros do Lions Club e LEO ficarão à frente da bilheteria. Outro ponto acertado é de que o Parque do Chimarrão não abrirá segunda e terça-feira, dias de pouco movimento. Afora isso, uma gestão financeira organizada também vai depender das parcerias que serão firmadas daqui para frente. Quanto se vai investir, vai depender e muito da captação de recursos e de patrocínios. Mais do que isso, depende do ‘sim’ de empresas e da comunidade. De empresas que apostem na festa como uma boa oportunidade de negócios e de divulgação da sua marca. E das pessoas – mateadoras ou não – para apreciar a PROGRAMAÇÃO da festa, sempre elogiada em Venâncio e em outros municípios pela diversidade cultural e esportiva.
O sucesso da Festa do Chimarrão depende de diversos fatores, de diversas mãos. Pelo que já está dando para provar, a água está em temperatura ideial e o mate regado de comprometimento e cautela. Cabe agora, como em uma roda de chimarrão, passar esta fórmula de mão em mão.
A festa não precisa, necessariamente, dar lucro, mas deve se pagar. A conta não pode sobrar para ninguém, nem mesmo, manchar o evento que mais nos orgulha, a cada dois anos.