O número de eleitores brasileiros filiados a algum partido político tradicionalmente sobe no período que precede as eleições, sejam elas nacionais ou municipais. é a lógica, uma vez que muitos cidadãos buscam a filiação para participar da vida da agremiação partidária de sua preferência ou mesmo para concorrer a algum cargo no pleito que se aproxima.

Em 2014 isso também aconteceu, mas o número de novos filiados cresceu muito menos do que vinha sendo registrado em anos eleitorais anteriores. Enquanto as eleições de 2008, 2010 e 2012 motivaram, cada uma, mais de um milhão de eleitores a cerrarem fileiras em algum partido, este ano resultou em pouco menos de 180 mil filiações partidárias. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Essa estatística representa o menor crescimento do número de filiados em um período pré-eleitoral desde 2006 – ano em que o total de membros de partidos no Brasil diminuiu. O crescimento percentual de filiados entre 2013 e 2014 (1,19%) foi menor do que o crescimento do eleitorado brasileiro no mesmo período (1,32%), algo que também não acontecia desde 2006.

Isso significa que a parcela de eleitores registrados no Brasil que integram algum partido político caiu, depois de sete anos crescendo ininterruptamente. Hoje, a menos de uma semana da eleição presidencial, 15,3 milhões de brasileiros – em um universo de 142,8 milhões de eleitores – possuem carteirinha de partido. Isso equivale a 10,7% do eleitorado – menos do que as intenções de voto dos três principais candidatos à Presidência.

Essa movimentação negativa das taxas de filiação partidária vem na esteira dos protestos de rua de junho de 2013, que foram marcados pela rejeição da maioria dos manifestantes à participação de militantes partidários.

Responsabilidade dos partidos

O cientista político Manoel Leonardo Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em entrevista à Agência Senado, responsabilizou os próprios partidos políticos por estarem atraindo menos seguidores.

– Os partidos não cumprem a sua função de desenvolver atividades de educação e envolvimento político para além das eleições. Eles não se colocam como apoio para o cidadão e para os grupos de interesse – critica.

 Fonte: Agência Senado