Mulher com pouca roupa quer ser atacada. Como? Não entendi.
é o que concluiu um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa retrata o quanto a violência contra a mulher ainda é tolerada no País. O número de vítimas de estupro chega a 527 mil. O país do futebol, do Carnaval e da mulher bonita não vê muito problema nisso a ponto de considerar que merecem ser atacadas aquelas que usam roupas que revelam o corpo.
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Pelas projeções do Ipea, mais da metade das vítimas tinha menos de 13 anos de idade. Pelo jeito pouca ou muita roupa não faz diferença, pois crianças não se enquadram nessa. Aliás, o que é pouca roupa?
O grupo que acredita que, “se a mulher soubesse se comportar”, as estatísticas de estupro seriam menores é maioria. Nossa! é difícil se livrar do machismo. E este não é um comentário feminista, é humano, de direitos humanos. Os números não param por aí.
A pesquisa é ampla é dá para passar horas garimpando dados que traduzem um pouco da nossa sociedade. A perguntas são variadas:
‘Os homens devem ser a cabeça do lar?’
‘Toda mulher sonha em se casar?’
‘Uma mulher só se sente realizada quando tem filhos?’
‘Incomoda ver dois homens, ou duas mulheres, se beijando na boca em público?’
‘A mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade?’
Os resultados são impressionantes. Um deles é que 38,5% acreditam, total ou parcialmente, que mulher casada deve satisfazer sexualmente o marido, mesmo quando não tem vontade.
O levantamento pode ser acessado em pdf no link abaixo:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf
