Hora de se acostumar com o horário
Quando eu escrevi essa coluna ainda não tinha chegado na índia. Estava no voo, a caminho de Dubai, e já se passavam mais de 13 horas dentro do avião (de um total de 30 horas). Chego em Nova Dehli, capital da índia, neste sábado pela manhã, por volta das 9h (horário indiano). Aí no Brasil (com S e não com Z, como uma boa brasileira deve escrever), a Folha deste fim de semana recém terá saído da impressão e estará indo para as mãos dos nossos entregadores fazerem a distribuição (por volta de 1h30min).
Na índia o fuso horário é de sete horas e meia, o que já chama atenção por ser um horário quebrado. Mas o mais estranho é se acertar com o relógio, regular o sono e até mesmo as refeições. Saí à noite de São Paulo, virei o dia, a noite chegou novamente e eu continuava ali no voo. Vi duas noites e no Brasil eram apenas 15h da tarde de sexta-feira. O bom disso tudo é que o relógio do indiano está na frente e tenho tempo para mandar material jornalístico para Folha, Terra e RVA. Um jornalista sempre trabalha contra o relógio, não é mesmo?
Trabalhadores da indústria representados pela primeira vez
Pela primeira vez um representante dos trabalhadores da indústria do tabaco vai participar da Conferência das Partes. A Federação dos Trabalhadores da Indústria do Fumo (Fentifumo) marca presença na COP 7 através do presidente, José Milton Kuhnen. A Federação é a entidade que também representa o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires. Momento importante para enumerar mais uma fatia significativa de trabalhadores que também dependem do trabalho das fumageiras para seu sustento, tanto efetivos quanto safreiros.
Porque a COP é importante para Venâncio e região?
Implantada há mais de 10 anos, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco foi criada para reduzir o tabagismo no mundo todo, logo, qualquer ação pode impactar diretamente a indústria e consequentemente os produtores de tabaco, principal base econômica do nosso município. Venâncio não é apenas o maior produtor de tabaco em folha do país.
Quando defende-se a cultura, relaciona-se o impacto sobre a economia municipal, desde a geração de impostos através das fumageiras instaladas no município, até o valor que gira no comércio através da renda dos milhares de pequenos agricultores envolvidos no plantio de tabaco.
Mas o impacto social não para por aí. Além disso, a mão de obra de safreiros nas fumageiras gera emprego durante alguns meses para milhares de trabalhadores na indústria do fumo. Venâncio emprega mais de cinco mil trabalhadores temporários e tem 16 empresas do ramo, destas, oito com linha de processamento.