Modelos em qualidade, diversificação e sucessão

Enquanto na região do Vale do Rio Pardo muitos produtores já estão com as fornadas de tabaco a todo vapor, na região Sul do estado as folhas estão ‘maduras’, no ponto para a colheita. Por lá, o calendário da safra é um pouco mais tardio.
Na terça-feira, 6, percorri em torno de 320 quilômetros até São Lourenço do Sul, município de 43 mil habitantes e que ocupa o quarto lugar entre os maiores produtores de tabaco do país. É vizinho de Canguçu, o município que mais produz tabaco no Brasil, atualmente. São Lourenço foi sede da 5ª Abertura Oficial da Colheita do Tabaco no Rio Grande do Sul, evento que teve sua primeira edição em 2017, em Venâncio Aires. Na cidade conhecida pelas praias mais bonitas da Lagoa dos Patos, são 3.930 fumicultores, pouco mais que Venâncio, que tem 3.711 produtores e ocupa o terceiro lugar no ranking nacional devido à produção em toneladas, que é maior.

O que se viu na propriedade da família Bierhals, anfitriã do evento, foi uma lavoura modelo. Modelo em qualidade de produção e modelo em diversificação. Dos 29 hectares, 15% são destinados ao tabaco Virgínia. Outros 43% são reservados ao plantio de milho e soja. Mata nativa, eucaliptos e um grande açude também integram a propriedade. Um cenário perfeito para compor uma bela foto de calendário.

A família também é exemplo em sucessão rural, um feito difícil nos tempos de hoje. Embora Seu Romiro e Marilda Bierhals demonstrem ainda muita disposição para seguir o trabalho no campo, os filhos Josiel, 31 anos, e a filha Josiane, 29, e o marido dela, Tiago Krolow, 31, já ‘tocam’ a propriedade. “É o que gostamos de fazer, de ficar ao ar livre, cuidar da nossa terra”, disse Tiago, em uma das tantas entrevistas concedidas na tarde da terça-feira, 6. Certamente essa foi uma experiência incomum, mas histórica para esses produtores. Por lá não teve tapete vermelho, mas um trilho de feno abriu passagem para que dezenas de lideranças e autoridades pudessem ver ‘in loco’ o capricho, a dedicação e a qualidade da produção, que também são marcas das lavouras daqui.

Foto: Letícia Wacholz

Tabaco é agro

Durante a cerimônia que abriu de forma oficial a colheita do tabaco no Rio Grande do Sul, os participantes receberam um chapéu com o seguinte dizer: Tabaco é agro.
Mais do que uma afirmação, a frase também pode ser interpretada como uma provocação, afinal, não são todos que sabem ou compreendem a relevância do agronegócio do tabaco para as regiões produtoras. Assim como outras culturas agrícolas, tabaco gera emprego e renda. O tabaco está presente em 488 municípios brasileiros, envolve cerca de 128 mil produtores e gera 40 mil empregos diretos nas indústrias.
Não é à toa que o discurso das principais lideranças do setor do tabaco teve um ponto em comum: a visibilidade do setor. No palco do evento e fora dele, nas entrevistas, as entidades representativas falaram da importância de chegar à “grande mídia” informações corretas sobre a realidade do setor do tabaco. O presidente da Afubra, Benício Werner, chegou a conclamar a imprensa sobre a importância de divulgar o que representa o setor, principalmente, para os produtores.
O presidente da Câmara Setorial do Tabaco, Romeu Schneider, observou que embora seja uma cadeia reconhecida por ter um sistema integrado centenário, é um setor constantemente atacado. “Sabemos que muitos que são contra o tabaco procuram sempre omitir e desqualificar essa atividade, apesar da sua importância”, disse.

Foto: Letícia Wacholz

UTI Pediátrica quase pronta

Falta pouco para a inauguração da UTI Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). A obra está 98% concluída e seguindo as projeções iniciais, deve ficar pronta até o fim deste ano. A porta que dá acesso ao setor já está identificada (foto). A direção do hospital avalia a possibilidade de a inauguração ocorrer dia 20 de janeiro de 2023, feriado municipal. A data é simbólica para Venâncio Aires. É dia do padroeiro São Sebastião Mártir, que dá nome ao hospital e a mesma data que, neste ano, o então governador Eduardo Leite esteve em Venâncio para o lançamento oficial da obra. Depois disso, ele voltou durante a campanha eleitoral, em setembro. Reeleito, Leite deve carimbar mais uma visita aqui, com direito a pastel do Bastião.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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