Nosso cartão-postal foi salvo

Mais do que o templo do padroeiro de Venâncio Aires, a igreja São Sebastião Mártir é o principal cartão-postal da cidade.

De fato, o incêndio registrado no sábado, 17, foi um grande susto, mas graças à ação rápida de populares, em especial, do jovem Samuel Neivel – que acionou o Corpo de Bombeiros – uma tragédia foi evitada neste patrimônio religioso e histórico.

Ficam as lições e por falar nelas, o padre Zeno Graeff escreveu um artigo sobre isso e enviou à Folha do Mate. Confira:

Lição do Incêndio no altar de Nossa Senhora Aparecida

No dia 17 de agosto de 2019, pelas 16 horas aconteceu um incêndio no crematório de velas, junto ao altar de Nossa Senhora Aparecida na Igreja Matriz de Venâncio Aires. É costume que pessoas devotas de Nª Sra Aparecida com suas orações e suplicas fazem acompanhar velas, que acendem em lugar apropriado. É uma praxe popular não prescrita pela igreja, nem está inerente a oração ou a promessa. Populares fazem acontecer. Em grandes santuários de Nossa Senhora, como em Aparecida do Norte-SP, do Caravaggio em Farroupilha-RS, o crematório de velas fica separado do templo. No recito,é uma espécie de bomba armada que, por um descuido, imprudência ou intenção explicita pode explodir, como sábado aconteceu.

O sinistro de fogo na véspera da festa litúrgica de Nossa Senhora elevada de corpo e alma ao céu deixa uma lição. Não era hora de celebração na igreja. Só uma criança inocente, menina, entrou na Igreja, viu o fogo e fez o alarme. Pessoas acorreram, usaram os recursos disponíveis, chamaram os bombeiros e o fogo foi apagado. Salvou-se o patrimônio número um de Venâncio Aires, mas para mim foi um sinal do céu. Todo sinal deve ser interpretado. Pra mim foi um aviso: crematório de velas ou velas acesas junto das imagens, NUNCA MAIS.

Maria, mãe de Jesus Nosso Salvador veio dizer: “Eu aceito manifestações de humildade, de amor, de confiança, de suplica dos meus filhos(as) e as levo ao coração do meu filho Jesus, como fiz nas bodas de Caná da Galileia (Jo 2,1-11). Eu vejo, eu sinto as necessidades dos meus filhos (as) e as acolho e faço a entrega ao meu filho Jesus. Conceder as graças, os dons não dependem de mim, depende dEle. Ele sabe conhece tudo. Eu não preciso de velas acesas, eu estou plenamente na luz do meu Filho Glorificado. Em vez de velas que queimam e poluem o ar na igreja e danificam as pinturas das paredes e das imagens no magnífico templo do povo de Venâncio Aires, vocês, com suas súplicas, orações ou promessas podem oferecer alimentos para os pobres. Tem muitos filhos meus nesta cidade que precisam de alimentos, não tem o “pão nosso de cada dia” em suas mesas. Este alimento será a luz e vida na escuridão da fome de muitos lares. As(os) voluntárias (os) do Centro Promocional João XXIII que o digam”. Sábado foi um aviso: Velas acesas nos altares laterais da Igreja Matriz em Venâncio Aires NUNCA MAIS. Alimento para os pobres SEMPRE MAIS. Salve Maria, mãe de Jesus elevada ao céu.

Pe. Zeno Graeff
Vigário paroquial



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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