Editorial publicado na Folha do Mate deste fim de semana.

 

Neste 20 de setembro, o Rio Grande do Sul comemora a data mais importante do seu calendário. Dia de lembrar com orgulho a história que construiu a identidade de um povo guerreiro e reconhecido no mundo todo pelo seus costumes. Mas é impossível deixar de lembrar o que está por trás da bandeira verde, vermelha e amarela que tremula, neste fim de semana, em todos os rincões do Rio Grande. Os Festejos Farroupilhas deste ano ocorrem em um dos momentos mais difíceis da história do Estado.

A crise financeira que assola o Rio Grande nos faz viver uma verdadeira “ímpia e injusta guerra”. Como em 1835, quando começou a Revolução Farroupilha, os gaúchos estão, mais uma vez, na luta pelos seus ideais. A diferença é que desta vez não há heróis Farroupilhas e a peleia financeira não dura uma década, mas há quarenta anos. Além disso, o povo não luta no lombo do cavalo, mas a pé, com cartazes e bandeiras em mãos, afinal, as consequências já atingem a guaiaca de cada um.

Historicamente, o povo gaúcho nunca fugiu das lutas e agora, mais do que nunca, quer estar presente em todas as decisões dos seus representantes, pois lutou pela democracia, pela liberdade e igualdade. Foi o povo gaúcho que levou o Estado a ser protagonista dos principais episódios da história brasileira.

é por isso que neste domingo, quando é celebrado o Dia do Gaúcho, temos um motivo para nos orgulhar. Embora a crise, o Rio Grande tem um patrimônio impagável: o povo. é ele que esbanja orgulho pelos valores construídos, que preserva raízes, que canta com a mão no peito e com voz alta o hino rio-grandense. é o povo que faz a cultura gaúcha ser tão encantadora. é graças ao gaúcho que essa cultura pode ser tornar um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

é por isso, que mesmo quem não é ligado ao Movimento Tradicionalista, admira e se aprochega ao segmento, que tem sua imagem ligada ao respeito. Não é à toa que a cada ano se realizam mais fandangos, acampamentos, cavalgadas, seja pelas entidades tradicionalistas ou envolvimento das escolas e comunidades. Um fenômeno que desafia, até mesmo, quem estuda e busca compreender a sociedade e seus costumes.

As pessoas, em meio a tanta violência e crise, buscam espaços para compartilhar bons momentos ao lado da família e são nos CTGs, piquetes e departamentos que elas encontram mais do que um refúgio, mas um espaço de conhecimento e oportunidade. Só em VenâncioAires são 12 entidades tradicionalistas ativas e ligadas diretamente à comunidade. A Folha do Mate, como jornal Parceiro da Comunidade, mostra e evidencia o tradicionalismo ao longo da sua história. O valor à cultura gaúcha está no nosso nome, que lembra, a bebida símbolo do Rio Grande: o chimarrão. Além disso, há quase 12 anos mantém espaço semanal para a coluna Cultura Gaúcha assinada pela tradicionalista Beatriz Colombelli. Sem contar as páginas dedicadas aos eventos e feitos das 12 entidades tradicionalistas e aos suplementos especiais, como o que circula junto com esta edição. Inclusive, o reconhecimento deste trabalho estará em evidência neste sábado, no Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, quando a Folha do Mate recebe o troféu de vencedor da categoria Caderno Especial da 1ª edição do Prêmio MTG de Jornalismo, com a publicação ‘Acendimento da Chama Crioula’. A Folha acredita nos valores e costumes dos gaúchos. Acredita no seu povo, o maior patrimônio do Rio Grande do Sul.”