Pela primeira vez na história da Fenachim, o concurso que vai eleger as novas soberanas terá uma candidata mãe e uma candidata casada, de papel passado. Isso ocorre em função da mudança no regulamento do concurso, que até então não permitia que mães e casadas participassem.
Penso que nos tempos de hoje, em que juntar as escovas de dentes configura um casamento, esse critério tem pouco impacto. No decorrer dos últimos anos foi ampliada a idade limite das candidatas para 30 anos, o que naturalmente trouxe para o concurso a participação de mulheres com a vida profissional e pessoal já em outro estágio. Formadas, morando junto, trabalhando e estudando, se tornando mães, por aí vai. A vida não para e conheço jovens que deixaram o sonho de participar do concurso para trás, pois se casaram ou se tornaram mães.
Por falar nisso, a maternidade certamente é um marco do concurso deste ano. A candidata Karolen Abreu, 29 anos, é mãe de duas meninas, a Larissa, de 9 anos, e a Millena, de 4 anos. Ela concedeu entrevista à Folha do Mate em dezembro do ano passado quando esse assunto foi levantado em Venâncio. Na época ela defendeu a alteração no regulamento e falou do sonho em concorrer. A candidata que é casada é Jóice Daiane da Silva Pfaffenzeller, 25 anos.
A decisão da organização da Fenachim de mudar o regulamento também acompanha uma tendência de concursos nacionais e internacionais, a exemplo do Miss Brasil e do Miss Universo que neste ano, pela primeira vez, permitem a participação de mães e casadas.
Incentivo aos jovens do campo começa em casa
Neste sábado é comemorado o Dia Estadual da Juventude Rural. Para marcar a data, o caderno Folha Rural, encartado na edição impressa deste fim de semana, traz histórias de jovens rurais de Venâncio Aires. Ao longo desta semana, o assunto também foi pauta na Rádio Terra FM, no programa Folha 105 – 1ª edição, que apresento de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h.
São inúmeras as matérias na Folha que, ao longos dos últimos anos, abordaram a importância de avançar em infraestrutura no interior (como estradas, sinal de internet e telefonia e energia elétrica) para incentivar o jovem a ficar no campo. Refletindo sobre o tema, me chamou atenção um ponto observado pelos dois profissionais ouvidos nesta semana: a importância do incentivo dos pais.
De acordo com a extensionista rural social da Emater local, Viviane Röhrs, “o núcleo familiar é o espaço primordial para ancorar o jovem a permanecer no campo”. Segundo ela, em muitos casos, os pais não apoiam os filhos a investirem em atividades diferentes, não abrindo espaço para o jovem inovar. O secretário-executivo da Associação Gaúcha Pró-Escolas Famílias Agrícolas, Adair Pozzebon, também citou esse fator. Para ele, o primeiro passo é o diálogo em casa. “O jovem precisa ter espaço para ousar e poder criar gosto na atividade”, defende.
A sucessão rural é uma tema prioritário quando se fala em agricultura. O que está em jogo é o futuro das propriedades e de todos nós, afinal, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos no nosso país.
Na contramão desta preocupação, convido os leitores a conferiram a história inspiradora da jovem Daniela da Silva (foto acima), 25 anos, de Linha Marmeleiro. Apaixonada pelo que faz, ela garante que o pai foi o maior apoiador para tirar suas ideias do papel e empreender no meio rural.
A patrona da Feira
A 24ª Feira do Livro de Venâncio Aires, marcada para ocorrer de 24 a 27 de agosto, já tem patrona. A escritora porto-alegrense Letícia Wierzchowski foi anunciada na tarde desta sexta-feira, 14. Ela, que já esteve em Venâncio em 2010, na 11ª edição da feira, volta ao município no dia 26 de agosto, um sábado, quando o público poderá acompanhar um bate-papo sobre ‘A Casa das Sete Mulheres’, romance da autora que virou série na Rede Globo. Imperdível!
