Venâncio Aires já é uma cidade conhecida por sediar grandes eventos e, com mobilização e parcerias, por que não se tornar a casa do maior festival de arte amadora da América Latina — o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart)?
Nos últimos anos, o evento promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) vem ocorrendo em Santa Cruz do Sul, mas o sonho em trazer a final do Enart para Venâncio Aires não é segredo.
Pela quarta vez, Venâncio será sede da 2ª Inter-regional do Enart, etapa que antecede a grande final, prevista para novembro. Neste fim de semana, a Capital do Chimarrão recebe representantes de 10 Regiões Tradicionalistas do estado. A cidade já sediou a etapa em 2011, 2015 e 2016 e pode voltar a receber o evento em 2026. Ainda não há definição sobre qual município da 24ª Região Tradicionalista será o anfitrião, mas a coordenadoria confirma que a região terá a responsabilidade de organizar a etapa no próximo ano.
Mas, como dizia acima, o sonho de tornar Venâncio a Capital do Enart não é segredo. Durante o programa Terra em Uma Hora, na Rádio Terra FM, nessa sexta-feira, 26, a coordenadora da 24ª Região Tradicionalista (RT), Luce Carmen Mayer, tradicionalista com atuação destacada em Venâncio Aires, falou do sonho de o município ser sede do Enart. “É um sonho de muitos”, destacou. Claro que essa definição passa, também, pela articulação e desejo da Administração Municipal de Santa Cruz.
E por que não sonhar grande? Venâncio tem estrutura para sediar um dos maiores eventos culturais do estado. A cidade já é referência no tradicionalismo por abrigar uma Inter-regional bem organizada. Transformar essa vontade em realidade exige esforço conjunto do poder público, entidades tradicionalistas e comunidade, além de planejamento para receber milhares de competidores e turistas. Por que não fazer de Venâncio não apenas a Capital do Chimarrão, mas também a Terra do Enart?

Patrono em Venâncio
A programação da Inter-regional do Enart contará com um convidado ilustre. O patrono dos Festejos Farroupilhas do Rio Grande do Sul, Mário Barboza de Mattos, participará de uma roda de conversa promovida pela gestão de Prendas e Peões da 24ª RT. Aos 100 anos de idade, o artista plástico, escritor e agrônomo estará em Venâncio neste sábado, às 15h, no pavilhão Agropecuário do Parque do Chimarrão. Ele é primo da Barbosa Lessa, um dos fundadores do MTG.
Faixa elevada zera acidentes
A Prefeitura de Venâncio Aires marcou a programação da Semana Nacional do Trânsito com a divulgação de um vídeo que destaca que há mais de 30 dias não são registrados acidentes no cruzamento das ruas Osvaldo Aranha e Sete de Setembro, ponto que gerou uma série de queixas pela recorrência de acidentes.
Nesta esquina foi construída uma faixa elevada que foi liberada para tráfego no dia 20 de agosto. “A segurança aumentou, e pedestres e motoristas podem trafegar com mais tranquilidade. Quando cada um faz a sua parte, todos ganham”, destacou a publicação feita nas redes sociais da Prefeitura.
Inovação para o setor de erva-mate
Quem pensa que inovação se aplica apenas a startups de tecnologia ou à inteligência artificial pode se surpreender com o que está acontecendo em um dos setores mais tradicionais da economia gaúcha: a produção de erva-mate. Durante o evento Rotas da Inovação, realizado nessa sexta-feira, 26, na Unisc de Venâncio Aires, foi destacado como o programa Inova RS está aplicando tecnologia para solucionar desafios históricos, a exemplo da indústria ervateira.
A iniciativa, que conecta governo, universidades e empresas, tem como um de seus casos de sucesso um projeto focado em modernizar a cadeia produtiva da erva-mate. Professora e vice-reitora da Unisc, Andréia Valim, que é coordenadora do Inova RS na Região dos Vales, explicou, durante entrevista à redação integrada da Folha e Terra FM, que esse setor, apesar de sua importância cultural e econômica, não passou por grandes modernizações em comparação com outras indústrias.
“Um dos projetos que a gente desenvolveu foi olhar para o sistema produtivo e desenvolver uma solução que modernizasse e resolvesse algumas dores das indústrias ervateiras. Então, nós conseguimos construir soluções tecnológicas baseadas em engenharia que facilite o dia a dia da produção de erva-mate”, destacou.
Esse exemplo prático foi usado para desmistificar o conceito de inovação, mostrando que ela pode ser aplicada para resolver problemas concretos em qualquer setor. “A inovação se dá por muitas frentes. É sobre encontrar soluções que tragam eficiência e competitividade”, completou a coordenadora.
Esse projeto com a erva-mate também evidencia o objetivo do Inova RS, que é usar o conhecimento e a tecnologia disponíveis em cada região para fortalecer as vocações econômicas.