Xuxa Meneghel manda coração para crítica de deputado deputado federal Pastor Eurico (PSB-PE) após disparar contra a Rainha dos Baixinhos que ela provocou uma agressão às crianças quando “protagonizou um filme pornô”. O resultado? Expulsão da titularidade da comissão pelo líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque.
Tudo começou hoje à tarde quando Xuxa participava da discussão sobre a Lei da Palmada, projeto de lei que pune agressões violentas a crianças no ambiente familiar. Em determinado momento, o pastor afirmou que agressão tinha sido o filme que ela havia protagonizado na década de 80. Na fala, Pastor Eurico citou o filme, considerado erótico, “Amor estranho amor”, de 1982, em que a apresentadora contracena com um garoto de 12 anos.
Xuxa acompanhava a reunião e já que não podia responder aos ataques, mandou um gesto para o público: um coração. No mínimo, a ‘rainha’ lavou a alma de muitos brasileiros. A bancada evangélica manda ‘cura gay’ e demais comentários hostis e recebe…amor de volta. Um belo tapa de luva em tempos onde a justiça com as próprias mãos está em alta.
Leia a íntegra da nota do líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque:
O líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Câmara dos Deputados, deputado federal Beto Albuquerque, comunica a destituição do deputado federal Pastor Eurico (PE) da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), vaga que ocupava como titular.
Para a vaga foi indicado o deputado federal Júlio Delgado (MG).
A decisão foi tomada em função da postura adotada pelo parlamentar durante a reunião ordinária desta quarta-feira (21), na qual o mesmo se pronunciou de forma intolerante, desrespeitosa e desnecessariamente agressiva em relação a Sra. Xuxa Meneghel, presente à reunião na condição de convidada.
Ressalte-se que a conduta do deputado Pastor Eurico não representa sobremaneira o pensamento do PSB e manifestamos nosso apreço e respeito pelo empenho da referida artista, que deseja aprovar a lei que propõe a cultura da não agressão. Reconhecemos a sua história, profissional que muito contribui para a instituição das políticas públicas em defesa das crianças e dos adolescentes.
Lei da Palmada
O projeto em discussão veda o “uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto”. O texto também diz que o Conselho Tutelar, “sem prejuízo de outras providências legais”, deverá aplicar as seguintes medidas aos pais ou responsáveis que aplicarem castigos físicos a menores: “encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família, encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico encaminhamento a cursos ou programas de orientação, advertência ou obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado”. Também diz que profissionais da saúde e da assistência social ou outra função pública devem informar casos de suspeita de castigo físico à autoridade competente.
A medida sofre forte resistência sobretudo da bancada evangélica que tentou obstruir a votação nesta manhã e que queria trocar expressões utilizadas na redação. Durante boa parte do ano passado, parlamentares que se opõem à matéria conseguiram retirar o projeto da pauta do colegiado por sucessivas vezes. “As denúncias que se trazem para convencer são de crime com tipificação no Código Penal. O Estado não consegue aplicar a política de combate ao crime e querem impor o rótulo (de violência) na família”, disse o deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
Por outro lado, o relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), afirmou que o objetivo é proteger as crianças e adolescentes contra graves tipos de violência. “O que quer se combater é o espancamento e a humilhação de crianças e adolescentes”, declarou. “Não posso acreditar que algum parlamentar acredite que a tortura é educativa.”