O Guarani está classificado para as quartas de final da Copa Fernandão.

Talvez você soube dessa notícia pelos veículos de imprensa que estiveram na cobertura de Guarani 3 x 1 Ypiranga, na noite desta quarta-feira, no Estádio Edmundo Feix, ou mesmo pelos comentários no Facebook.

Tudo bem que a tal competição não tem o prestígio de um Gauchão, onde historicamente a presença da dupla Gre-Nal atrai o público.

Mas nada justifica o irrisório número de torcedores que foram ao estádio ver a classificação rubro-negra sobre o atual campeão da segunda divisão do RS.

O Guarani tem jogado bem, está invicto há cinco jogos e levou apenas um gol nos últimos 400 minutos de bola rolando.

Foram enfrentados adversários de respeito no futebol gaúcho, entre eles Pelotas, Lajeadense, Grêmio B e Ypiranga. Em todos estes encontros, o time treinado por Fabiano Daitx mostrou autoridade e competência.

A equipe tem apresentado um equilíbrio no setor defensivo, uma aproximação interessante de seu meio-campo e um ataque veloz e atento em aproveitar as oportunidades criadas.

O índio joga bem e me atrevo a dizer que o time está entre os dez melhores em atividade no Rio Grande do Sul.

O maior desafio do Guarani não está dentro de campo e sim fora dele. Será preciso descobrir uma fórmula, quase mágica, de fazer o torcedor comparecer no Edmundo Feix.

Talvez fixar um valor de R$ 5 na arquibancada geral, difundir a marca nas escolas e empresas; retornar com o trabalho de formação de atletas, com prioridade para as categorias menores.

Ouço que a direção busca uma verba federal para aplicar na base e estes recursos podem ser decisivos neste processo de atrair novos torcedores.

Hoje não são mais os 400 fiéis e contumazes rubro-negros que se dirigem a cada domingo ou quarta-feira ao estádio. Estes se resumiram a 100, talvez 200. São familiares de atletas, filhos de antigos conselheiros e outros poucos que gostam de futebol.

Os atletas têm feito sua parte. E eles precisam que alguém veja o bom futebol apresentado por eles, pelo Guarani, time de tradição e que está no caminho de retornar à elite.

Mas para se manter no topo, sem o apoio do público, fica muito mais difícil. Não é justo desperdiçar este bom futebol sem que ninguém possa dividi-lo nas rodas de conversa com os amigos.

Prestes a completar 85 anos, em 3 de setembro, o nosso Guarani faz por merecer todo o respeito e a presença de centenas de espectadores nas arquibancadas do velho e ainda encantador Edmundo Feix.

Os jogadores, a direção, a comissão técnica estão fazendo sua parte. Falta apenas o respaldo das arquibancadas.