Foto: Rui Borgmann / InVoga Comunicação DigitalEntre as idas e vindas ao Edmundo Feix, muitas histórias para contar
Entre as idas e vindas ao Edmundo Feix, muitas histórias para contar. Guarani de 2017 não engrenou.

Acompanho o Guarani desde guri. Fã, torcedor, repórter, assessor de imprensa e crítico foram algumas das funções nestas idas e vindas ao Edmundo Feix. A primeira recordação é de 1988, quando o clube conquistou o campeonato amador. Cresci junto com o Rubro-Negro, avançando à fase profissional.

Vi o clube se desenvolver, ter supremacia em clássicos regionais, jogar de igual para igual com Grêmio e Inter, fazer artilheiros e virar referência em formação de atletas. Mesmo sem títulos oficiais, o nosso Índio foi galgando posições até chegar à participação inédita na Copa do Brasil em 2003. Naquele ano fiz minhas primeiras entrevistas.

O Esporte Clube Guarani atingia seu ápice. A partir daí, encontrar um presidente se tornou penoso a cada fim de temporada e se manter na Primeira Divisão virou meta principal. O encanto do torcedor foi se distanciando e hoje assumir a presidência se tornou um martírio.

Minhas reportagens e crônicas esportivas nas edições da Folha do Mate passaram a focar na troca de técnicos, na matemática para escapar da segunda divisão, nas dificuldades financeiras e à procura de uma nova diretoria a cada virada de ano. Após a queda definitiva em 2007, o clube completa 10 anos longe da elite.

Neste domingo, nosso glorioso Rubro-Negro completa 88 anos. À espera de auxílio financeiro via Prefeitura para bancar salários atrasados, não vai haver comemoração. Talvez aconteça um ato simbólico (não oficializado) para marcar a passagem da data. Os tempos são outros, as dificuldades aumentam a cada temporada e ‘fazer futebol’ se tornou quase inviável na Rua Jacob Becker, 734.

A profissionalização de cargos e uma parceria com investidores parece ser o caminho para que o nosso querido Índio ainda possa desfilar pelos gramados do Estado em condições reais de voltar à Primeira Divisão. Hoje minha filha tem 13 anos e por duas vezes ela me perguntou: “Pai, o Guarani enfrentou mesmo Grêmio e Inter”? Bons tempos!