Na histórica enchente do rio Taquari, que alcançou 34,05 metros na medição do porto de Estrela, na quinta, 2 de maio – em setembro de 2024 foi de 29,5 e em 1941 foi de 29,9 metros – cobriu boa parte das cidades e distritos que ficam ao longo da costa do rio no Vale do Taquari, muitos locais ainda com água da cheia.
Na cobertura da Folha e Terra em suas plataformas de rádio, digital e impresso, veio à tona um tema que vem sendo debatido faz anos; a necessidade de pontes secas ao longo da RSC-287, entre Picada Mariante e Vila Mariante, em Venâncio, pois o aterro da rodovia funciona como barreira para as águas. E desta vez o Taquari passou por cima do asfalto, e acabou levando asfalto e a base da estrada, em pelo menos quatro pontos, onde existiam bueiros para escoamento de água de sangas, de um lado para outro da rodovia.
O vereador Ezequiel Stahl (PL), que mora em Linha Picada Nova, no lado norte da rodovia, onde as localidades mais sofrem com o represamento da água do Taquari a cada enchente, defende, faz tempo, a construção de pontes secas para escoamento da água de um lado para o outro da pista. Nesta, que foi a maior de todas as enchentes, o próprio rio mostrou onde são necessárias estas pontes. Um tema que já vinha sendo tratado com a Rota de Santa Maria, concessionária da estrada por 30 anos, que trabalha no projeto de duplicação da rodovia no trecho de 204 km, entre Tabaí, na BR-386, até Santa Maria. Agora, com o asfalto destruído nestes pontos, Ezequiel vai se mobilizar para que na recuperação a engenharia contemple estes espaços para passagem mais para a água. Tema que o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), que também é daquela região, do lado Sul da rodovia, trata com a direção da Rota Santa Maria, empresa criada pela concessionária da estrada, a espanhola Sacyr.
Lula veio ao RS de novo
O presidente Lula veio ao RS na quinta, 2, e se reuniu na base aérea de Santa Maria, com o governador Eduardo Leite, para tratar sobre a tragédia no estado com inundações em todas as regiões. Lula garantiu recursos para reconstruir o estado, mas de prático vieram 31 helicópteros para o trabalho de resgate e a liberação do fundo de garantia para atingidos pelas cheias, dinheiro que é dos trabalhadores.
Pois no domingo, 5, Lula voltou ao estado, desta vez com o avião cheio. Vieram com ele todos os poderes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o vice-presidente do STF, Edson Fachin, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e mais 13 dos 38 ministros do governo. Lula desceu na base aérea de Canoas e se reuniu em Porto Alegre com o governador Eduardo Leite e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo e suas equipes de secretários, no 13º Regimento de Cavalaria do Exército. O presidente garantiu agilidade na liberação de recursos, especialmente para reconstruir estradas e pontes que caíram em todas as regiões. Determinou também ao Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva, a elaboração de um projeto avançado de monitoramento para o estado. “Precisamos saber antes para tomar medidas e não ficar correndo de barco atrás de flagelados na enchente”, defendeu Lula. “Como tem dinheiro de ajuda aos atingidos pela enchente de 2024 no Vale do Taquari que ainda não chegou, os gaúchos estão escaldados”, assinalou no domingo, aqui na Terra FM, o prefeito Jarbas da Rosa, que preside da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). Creio que desta vez o governo vai ser ágil. E precisa ser.