Quando a oposição ganha governo, o primeiro passo é olhar com lupa o que o governo anterior deixou. E é preciso fazer isso, diga-se. Mas a manchete na troca de governos, quando a oposição ganha, é sobre contas deixadas pelo anterior ou ‘buracos’ no orçamento recebido. Na segunda-feira o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) divulgou números levantados pela secretaria da Fazenda, cuja titular é Fabiana Keller.
O prefeito Giovane Wickert (PSB), antes de sair, divulgou que estava deixando o governo com R$ 2,4 milhões em caixa e mais R$ 50 milhões em recursos de financiamentos encaminhados e emendas parlamentares. Jarbas não contestou os R$ 2,4 milhões, mas mostrou que não foram pagos R$ 8,1 milhões em contas durante o ano por permissão da pandemia, além de ser usado dinheiro de fundos municipais para o caixa do governo. Fosse um ano normal, o governo anterior teria deixado quase R$ 6 milhões em contas, calcula Jarbas. Usando o mesmo expediente utilizado por Giovane quando recebeu o governo de Airton Artus (PDT) em 2017, Jarbas somou mais o déficit do orçamento de 2021 que é de R$ 15,4 milhões, projetando um ‘buraco’ de R$ 23 milhões.
Em 2017 Giovane Wickert (PSB) recebeu o governo com R$ 4,5 milhões em contas atrasadas e um déficit no orçamento de mais R$ 13,8 milhões. Na época, Giovane somou mais as rubricas sem recursos previstos em orçamento – como fez Jarbas agora – e somou R$ 40 milhões. E foi dito muitas vezes que Giovane e Celso tinham herdado uma ‘dívida’ de R$ 40 milhões. O que sempre rebati. Como agora não são R$ 23 milhões.
O que tem de ‘real’ é que em 2017 Giovane recebeu R$ 4,5 milhões de contas a pagar e um orçamento com déficit previsto de R$ 13,8 milhões que teve que resolver. Agora Jarbas recebe o governo com R$ 2,4 milhões em caixa e um orçamento com déficit previsto de R$ 15,4 milhões que terá que resolver. Todo resto é ‘contabilidade criativa’, como se diz em Brasília.
Notinhas
* Da Assessoria do vereador Ricardo Landim (PSL) sobre a proposta de criação de um curso pré-vestibular popular em Venâncio: “Essa proposta está sendo primeiro estudada para entendermos como é funcionamento destes cursinhos comunitários/populares em outras cidades para que seja encaminhada como sugestão ao executivo, que poderá criar ou não. A intenção é promover a equidade da população de baixa renda na preparação para o Enem, universidades públicas ou bolsas de estudos.
* No sábado fui visitar o amigo Silvio Pritsch, em Linha 17 de Junho. Jogamos juntos no Ipiranga por alguns anos na década de 80. Lá saiu um almoço e uma canastra com o Carlinhos Frantz, também do time e Vianei Hammes, que era diretor de futebol do clube. Um bom papo enquanto caia uma abençoada chuva. Na volta, no trecho entre o fim da pavimentação em Linha 17, até o asfalto em Grão Pará, que deve ter uns 4km, tinha quatro ou cinco ‘borrachudos’ de pura terra vermelha na estrada. Quase atolei. Na segunda informei ao prefeito Jarbas, como contribuição para a Sisp. Ele me respondeu que também passou por lá no sábado e já tinha pedido para a Sisp na primeira hora de segunda-feira para resolver a situação. A estrada velha para Linha Hansel e a estrada de Cerro dos Bois também estão recebendo material de recuperação nos pontos mais críticos. Informou o prefeito, que está andando muito neste início de governo. Aliás, Jarbas me disse que não vai se ‘atolar’ no gabinete. Vai dar expediente, mas vai ver de perto o que está sendo feito pelas secretarias. Faz bem.
* Do ex-prefeito Airton Artus (PDT) sobre nota de sábado na coluna, onde o ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) reforçou que recebeu o governo de Artus com R$ 5 milhões de dívidas vencidas e entregou para Jarbas agora com R$ 2 milhões em caixa: “O Giovane continua com o mesmo discurso que fez com que fosse varrido da prefeitura. Inverte os números, fez poucas obras, deixou déficit (cobriu com o dinheiro do governo federal da Covid-19).”
Sobre a redução do déficit do caixa único do Estado, anunciado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), Artus também retruca: “Quanto à redução do déficit do governo Eduardo Leite o establishment esquece que o governo não está pagando as parcelas da dívida com a União (R$ 280 milhões por mês). São R$ 6 bilhões em dois anos. Quem entrou na justiça para não pagar as parcelas foi o Sartori. De lá para cá não foram pagos R$ 9,4 bilhões.”