A maior enchente da história

Rio Taquari cobriu o 2º distrito de Vila Mariante. A foto mostra visão de Picada Mariante, onde fica o cemitério, até onde a água do rio passou por cima da RSC-287, em direção à Mariante, vendo-se ao centro na rodovia a curva da RSC-287, coberta pela água, a entrada para a rua Bepe Guimarães, que foi asfaltada, e bem ao fundo à esquerda, a ponte de Mariante. (Foto: Renan Zarth/Folha/Terra FM)
Águas do arroio Castelhano invadiram a parte norte da cidade na terça, 30 e só recuaram na noite de quinta, 2 de maio. (Foto: Renan Zarth/Folha/Terra FM)

O Rio Grande do Sul vive uma verdadeira tragédia, com a maior enchente da história, atingindo todas as regiões do estado. Em Venâncio vivemos a realidade de duas enchentes; uma do arroio Castelhano, que inundou a cidade na terça, quarta e quinta, na mais longa inundação já registrada; e a enchente do rio Taquari, que ainda atinge toda costa do rio nos distritos de Vila Mariante e Estância Nova.
O Castelhano alcançou níveis da maior enchente até então registrada, em 1974, quando a água chegou quase até a rua Sete de Setembro, no cruzamento com a Osvaldo Aranha. O prejuízo é enorme. Ontem a cidade amanheceu com a água recuando, com passagem novamente para o bairro Grão Pará. Foi dia de retorno das pessoas às suas casas e empresas, para ver os estragos e começar a limpar o lodo e a sujeira que ficaram. E ter forças para recomeçar, pois a água estragou tudo dentro de muitas casas e empresas.
O rio Taquari, que tinha alcançado 29,9 metros na enchente de 1941 e 29,5 metros em setembro do ano passado, e perto disso em novembro, chegou aos 34 metros no porto de Estrela na quinta, 2 de maio de 2024. Uma catástrofe. Muitas cidades ainda estão inundadas, como Muçum, Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Lajeado e Estrela, as mais castigadas.
Ontem o nível do Taquari começou a recuar. Só depois que as águas se forem é que começa o maior desafio; ver os estragos e projetar a reconstrução destas cidades.
O presidente Lula veio ao RS na quinta, 2. Na base aérea de Santa Maria, com vários ministros, se reuniu com o governador Eduardo Leite e secretários, para avaliar a situação e traçar estratégias conjuntas de socorro às pessoas e apoio na reconstrução. Um hospital de campanha estava para ser instalado ontem pelo Exército em Lajeado, e mais 600 militares chegariam para trabalhar no socorro aos atingidos. Lula disse que o governo fará tudo que estiver ao alcance para reconstruir todas as regiões atingidas, especialmente rodovias interrompidas por queda de barreiras e pontes que a água levou, casas e empresas atingidas.
Como disse o deputado estadual Airton Artus, no ponto de comando do governo do estado, instalado em Santa Cruz do Sul com a presença do vice-governador Gabriel Souza, a União e o Estado vão ter que destinar não milhões, mas bilhões de reais para reconstruir o estado depois da enchente.

União e estado tiram ainda mais dinheiro das empresas

Nesta semana de enchente no Rio Grande do Sul, pouco ecoaram duas medidas, uma da União e outra do estado, que ‘mordem’ as empresas e atingem a todos nós.
O Congresso aprovou, no final de 2023, a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Empresas de 17 setores pagam, desde 2011, quando foi introduzida a desoneração como incentivo aos setores que mais geram empregos,, entre 1% e 4,5% sobre a folha de salários e não os 20% da cota patronal da CLT. O presidente Lula vetou a prorrogação. O Congresso derrubou o veto e promulgou a lei ainda em dezembro. A gora, nesta semana, Cristiano Zanin, o advogado particular de Lula quando estava preso em Curitiba, e que ele, agora como presidente, nomeou Ministro do STF, concedeu liminar suspendendo a lei aprovada pelo Congresso, atendendo pedido do governo do presidente Lula, via Procuradoria Geral da República (PGR).
Com isso, as empresas destes 17 setores, muitas da área de serviços, voltam a pagar os 20% sobre a folha para a previdência, já agora em maio.
Lula argumenta que a desoneração não beneficia os trabalhadores. Mas ele não faz, nem o seu governo, a conta que milhares de trabalhadores vão perder seus empregos com este encargo para as empresas, que se ver obrigadas a demitir ou vão falir.
O governador gaúcho Eduardo Leite retirou seu projeto de aumento da alíquota base de ICMS de 17% para 19% para recuperar alegadas perdas de R$ 5 bilhões anuais em receitas com a reforma tributária. Leite optou por manter o plano B, dos decretos, que retiram isenção de ICMS de vários setores, a maioria sobre alimentos da cesta básica, que começariam a valer dia 1º de abril, mas foram suspensos por 30 dias. Assim, no dia 1º de maio começou a valer a retirada dos incentivos.
Aqui em Venâncio, Neri do Nascimento, dono do frigorífico Boi Gaúcho, – que está totalmente submerso nwas águas da enchente do rio Taquari em Vila Mariante – me fez dias atrás a conta que na carne aumenta de 7% para 12% o ICMS e isso vai custar de R$ 1,5 milhão a mais por mês para a empresa. Diretores do frigorífico Kroth, de Vila Santa Emília, também manifestam indignação com a ação do governador Leite e alertam que o custo será repassado no preço da carne, que vai aumentar para o consumidor.

Atualização do painel de emendas do HSSM

O site do hospital São Sebastião Mártir atualizou nesta semana o recebimento confirmado de emendas parlamentares de deputados e senadores, passando o valor total para R$ 1.966 milhão recebidos em 2024. Ainda existem várias emendas aguardando serem oficializadas.
No painel, instalado na frente do hospital, estão adesivos com foto, nome e valor destinado por deputados e senadores para o hospital em 2023 e 2024.

Emendas Parlamentares 2024 (em andamento)
Lista dos Deputados Federais que indicaram Emendas Parlamentares durante 2024 para custeio ou investimento do Hospital São Sebastião Mártir.
Deputado Heitor Schuh (PSB) R$ 300.000,00
Senador Paulo Paim (PT) R$ 250.000,00
Deputado Luciano Zucco (PL) R$ 200.000,00
Deputado Pompeo de Mattos (PDT) R$ 300.000,00
Deputado Giovani Cherini (PL) R$ 500.000,00
Deputado Afonso Hamm (PP) R$ 100.750,00
Deputado Covatti Filho (PP) R$ 315.542,91
Total de Emendas em 2024 R$ 1.966.292,91

Emendas Parlamentares 2023 (Encerradas)
Lista dos Deputados Federais que indicaram Emendas Parlamentares durante 2023 para custeio ou investimento do Hospital São Sebastião Mártir.
Deputado Heitor Schuh (PSB) R$ 1.000.000,00
Deputado Elvino Bohn Gass (PT) R$ 200.000,00
Deputada Maria do Rosário (PT) R$ 184.423,00
Deputado Lucas Redecker (PSDB) R$ 100.000,00
Deputado Afonso Hamm (PP) R$ 150.000,00
Deputado Pompeo de Mattos (PDT) R$ 400.000,00
Deputado Reginete Bispo (PT) R$ 220.000,00
Total de Emendas em 2023 R$ 2.255.423,00



Sérgio Klafke

Sérgio Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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