Imagem do Google mostra o trajeto dos 5,8 km de asfalto da RS-422 até o frigorífico Sapé. (Foto: Reprodução)

Moradores de Linha Sapé criaram a expectativa de ver o governador Eduardo Leite (PSDB) na localidade, para inaugurar o asfalto dos 5,8 km, construídos da RS-422, no bairro Santa Tecla, até o frigorífico Sapé, da família Roehl. A obra foi iniciada em 2018, no governo Giovane Wickert (PSB), teve atrasos e teve sua construção acelerada pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT), que concluiu o asfalto em abril de 2023, com projeção de ser inaugurada em maio daquele ano, na Semana do Município. Acabou não acontecendo. Passou 2024 e nada. Já estamos em 2025 e os moradores ainda esperam pela inauguração da obra, que a comunidade esperou por 60 anos para ver concretizada. A estrada teve custo de R$ 7,6 milhões, construída em convênio do Estado com Município.
Perguntei nesta semana sobre essa inauguração ao prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e ele me disse que pensa em inaugurar o asfalto na 71ª Festa Quermesse da Comunidade Evangélica Luterana de Linha Sapé, que acontece no dia 18 de maio, no ginásio de esportes da localidade.
Em conversa com o deputado Airton Artus (PDT) também perguntei sobre essa inauguração e a presença do governador. Ele, que tem bom trânsito com o governador Leite, me disse que vai propor que ele venha abrir a 17ª Fenachim, no início de maio, e inaugure também o asfalto, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dos Frigoríficos, projeto que Artus criou no seu governo de dois mandatos (2009-2016). O deputado, da base aliada do governo, faz uma observação interessante sobre obras. Me disse que o governador não para de inaugurar obras em todo estado, coisa que não acontecia em governos anteriores. Até por isso a dificuldade de Leite entregar pessoalmente todas as obras do seu governo.
Para os moradores de Linha Sapé, que seguidamente me comentam sobre isso, a certeza agora é que vai ter inauguração do asfalto, com o governador, ou sem governador, no mês de maio.

A ação da PF mira loby para hospitais

Venâncio acordou na quinta com viatura da PF na Cidade Alta. Logo depois foi divulgada a informação pela Polícia federal que tinha uma ação em andamento para investigar desvio de dinheiro de emendas para um hospital de Santa Cruz, com mandados em Santa Cruz, Lajeado, Venâncio, Estrela, Rosário do Sul e Brasília. Mas tarde saiu a informação de que se tratava do hospital Ana Nery, de Santa Cruz e um assessor do gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT), dentro da ofensiva do ministro do STF, Flavio Dino, pela transparência nas emendas parlamentares. Motta logo explicou que a ação não era contra ele nem seu gabinete, mas contra um assessor que foi desligado do cargo.
O Ana Nery tem lobista contratado para trabalhar na indicação e liberação de emendas parlamentares em Brasília, como revelou o diretor Gilberto Gobbi, que foi administrador do hospital São Sebastião Mártir, e segue morando em Venâncio. E eles cobram comissão por este trabalho, estipulado em contrato. Existe inclusive um movimento no Congresso para instituir o trabalho de lobista, como já funciona em outros países.
Os dirigentes do hospital São Sebastião Mártir, aqui de Venâncio, sabem dessa prática, mas sempre deixaram claro de que não fariam isso, contratar lobista, preferindo ir pessoalmente a Brasília pedir emendas. O hospital, no ano passado, recebeu R$ 4 milhões em emendas parlamentares, solicitadas em viagens à Brasília do presidente Marcelo Farinon, do administrador Fernando Siqueira, do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e vereadores, diretamente aos deputados e senadores.
Marcelo e Fernando, acompanhados do atual secretário de Saúde, Alan Flores da Rosa, viajam para Brasília nesta segunda, 17, para confirmar pedidos de emendas entregues no final do ano passado. O hospital cadastrou R$ 7 milhões em pedidos, que é o teto permitido para o porte do hospital.
Deputados tem R$ 40 milhões em emendas para destinar a cada ano e Senadores R$ 69 milhões. Destes valores 50% precisa ser destinado para a saúde nos municípios. Esses recursos, junto com os aportes das prefeituras, mantém os serviços dos hospitais filantrópicos funcionando, pois convivem com déficit permanente, pois pelo serviço que prestam pelo SUS, recebem apenas 70% de ressarcimento do governo federal.
No RS abre-se uma nova possibilidade com o projeto de lei do deputado estadual Airton Artus (PDT), que permite que empresas doem até 5% do ICMS devido diretamente para hospitais em suas cidades. A lei está sancionada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e tramita em instâncias administrativas do governo ainda, antes de ser permitida a sua prática.

Conab projeta safra recorde de grãos

A Conab, dirigida pelo gaúcho Edegar Pretto, divulga nova projeção para a safra de grãos no país e aponta para um recorde de produção, que deve alcançar 325,7 milhões de toneladas, um crescimento de 9,4% sobre a safra anterior, onde teve quebra significativa, mas acima do recorde de 320 milhões de toneladas de duas safras atrás. Aumentou 2,1% a área cultivada, com 81,6 milhões de hectares plantados e deve aumentar 7,1% a produtividade das lavouras, estima o levantamento da Conab. A soja tem projeção de 156 milhões de toneladas e o milho, só na primeira safra, 120 milhões de toneladas. São os dois grãos mais cultivados no país.
O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de grãos no país, atrás do Mato Grosso e Paraná, responde por 11,3% da produção nacional de grãos e plantou 10,4 milhões de hectares. A Conab projeta uma safra de 36,7 milhões de toneladas, a terceira maior da história, que vai ter queda de produção provocada pela estiagem nos campos.

R$ 29 milhões de superávit na prefeitura de Venâncio

Uma boa notícia na semana foi a divulgação pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e sua equipe econômica do fechamento do ano fiscal de 2024, o último ano do primeiro mandato do prefeito reeleito. O Município fechou 2024 com superávit de R$ 29,3 milhões. Arrecadação maior do que a prevista em receitas próprias, que são IPTU, ISSS mais 50% do IPVA, aumento do retorno de ICMS do estado e do FPM do governo federal garantiram essa condição de estabilidade. Jarbas fechou seus quatro anos com contas em dia e com dinheiro em caixa.
Uma situação diferente dos governos anteriores, de Airton Artus (PDT|), em dois mandatos, e Giovane Wickert (PSB) em um mandato, que fizeram orçamentos com déficit de mais de R$ 10 milhões e convieram com muita dificuldade de fechamento de caixa. Os dois utilizaram fontes como antecipação de IPTU, feita por Airton, utilização de valores de fundos, como fez Giovane, para conseguir fechar suas contas.
Mas não é só competência ou incompetência de gestão. Depois de 2012 todos os prefeitos viveram anos difíceis na recessão econômica, quando a arrecadação projetada nos orçamentos não se confirmava depois, pela queda de arrecadação de tributos, provocando dor de cabeça aos prefeitos para fechar contas, no mínimo em zero a zero, como exige a lei de responsabilidade fiscal. Depois de 2018 a economia se recuperou e as receitas de tributos voltaram, a crescer, superando as projeções orçamentária, mas os prefeitos convieram com tragédias como a pandemia da Covid e enchentes históricas e devastadoras.

Notinhas

  • Lula anuncia que vem aí um projeto para que a Petrobras forneça gás de cozinha de graça para 22 milhões de famílias. Se contarmos que cada família tem dois adultos e três crianças, estamos falando de 100 milhões de pessoas, quase a metade do país, que vai ter gás de graça. A outra metade vai pagar a conta. Mal avaliado no seu governo, Lula busca projetos populistas pensando na eleição de 2026. Como fez Bolsonaro em 2022, quando dobrou do o ‘Bolsa Família’ de R$ 300 para R$ 600. E não se elegeu.
  • Governo comemora o IPCA, índice que mede o consumo das famílias, que em janeiro foi de 0,16%, o menor para o mês desde que foi criado o Plano Real em 1994. Energia elétrica e habitação puxaram para baixo o indicador. Como é o IBGE que mede isso, e o presidente do Instituto Márcio Pochmann, que está em choque com servidores que querem a sua saída e ele é acusado de manipular dados, a questão é: dá pra acreditar no IBGE ainda?
  • Revista Oeste divulgou reportagem mostrando que João Doria, quando governador de São Paulo na pandemia da Covid, gastou R$ 61 milhões para o Instituto Butantã criar a ButanVac, a vacina brasileira contra a Covid. Doria vislumbrava ali uma oportunidade de sair candidato a presidente em 2022. Todo esse dinheiro foi investido e os testes com a vacina não deram certo, conta a revista. Deveria ser responsabilizado.
  • Nessa linha de desperdício de dinheiro público, outra publicação, que só se vê nos veículos alternativos, é do Site O Antagonista, mostrando que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) gastou R$ 772 milhões em viagens internacionais no governo Lula e comprou um imóvel por R$ 687 milhões.

Manchetes do X

  • O Globo: Moro critica ministro de Lula, Vinícius Carvalho, da CGU, que chamou ranking sobre corrupção de ‹conversa de boteco›: ‹Fale menos e vá trabalhar›
  • Globo News: “O governo do presidente Lula é o governo que foi eleito pelo povo brasileiro, e o Parlamento precisa estar ladeado às agendas de governo, logicamente colaborando e contribuindo para melhorar e aperfeiçoar essa agenda com o olhar do Parlamento. (…) E eu tenho certeza de que a relação de pacificação entre a Câmara e o Senado vai fazer com que a gente colha bons frutos”, diz o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, depois de reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as prioridades econômicas do governo.
  • Folha S. Paulo: BB e Caixa voltam a dar dinheiro de publicidade a sites alinhados ao governo Lula
  • Malu Gaspar: Elon Musk diz que o ‘deep state’ dos EUA financiou eleição de Lula contra Bolsonaro
  • Sergio Moro: O peixe apodrece pela cabeça. A queda do Brasil no ranking da Transparência Internacional, que mede a corrupção em 180 países, era inevitável. Pior nota e posição da história. Precisamos retomar a agenda anticorrupção.