No domingo o movimento bolsonarista foi às ruas do Brasil para protestar contra o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Foi o Fora, Lula. Fora, Moraes, que para a direita ganhou força quando o presidente norte-americano Donald Trump anunciou taxação de 50% para os produtos brasileiros, depois de Lula ter proposto criar um bloco econômico liderado pela China e sem o dólar e sancionou Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky, usada contra autoridades estrangeiras que violam direitos humanos, alegando perseguição à Bolsonaro.
Depois desses fatos, a expectativa era sobre a reação de Moraes, que deixou de ser da justiça, para ser pessoal. E Moraes dobrou a aposta. Ele já tinha mandado colocar tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro, impedindo que ele estivesse nas ruas, onde reunia multidões de apoiadores. Na segunda â noite Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, alegando descumprimento de medida cautelar que o proibia de se manifestar. Bolsonaro agora está isolado do mundo, preso na sua casa, em Brasília. E são atos sem julgamento, sem condenação. Diferente do que aconteceu com Lula, por exemplo, quando ex-presidente foi condenado na Lava Jato em três instâncias da justiça de carreira, em abril de 2018, a 25 anos de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele cumpriu 580 dias de prisão na sede da PF em Curitiba. Condenação que Moraes e seus companheiros de STF anularam em novembro de 2019, menos de dois anos depois.
Vivemos uma situação estranha. Bolsonaro, que junta multidões pelas ruas do pais, foi preso e isolado. Lula, que teve sua prisão anulada, se elegeu presidente, mas não pode andar pelas ruas do país. Está confinado em gabinetes ou no máximo em recintos fechados com a militância do PT. É o Brasil dos extremos, da esquerda e da direita, que faz mal para a nação.
Eduardo Leite
Quem se manifestou nessa linha é o governador Eduardo Leite, após a decisão de Moraes: “Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte. Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos. Até quando vamos ficar dobrando a aposta pra ver o que acontece? Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país? Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter”, escreveu Leite, que busca construir caminhos para concorrer à presidência da República em 2026.
Airton Artus
O deputado Airton Artus (PDT) fez manifestação da tribuna da Assembleia na terça, 5, se posicionando. “Há muito tempo segmentos importantes da política não dão a devida atenção ao setor produtivo. Não há projeto para a indústria e a agricultura. Os debates colaterais e ideológicos se sobrepõem aos interesses do povo brasileiro. O tarifaço do governo americano escancarou essa situação. O presidente Lula, com declarações contundentes, procurou o conflito por interesse eleitoral. O ex-presidente Bolsonaro e seu filho Eduardo pensam mais na sua família e nos seus projetos pessoais. E o ministro Alexandre de Moraes pessoalizou o debate e não colabora com o distensionamento do ambiente. A população brasileira e os exportadores, perplexos, ficam à mercê de uma mudança de postura das lideranças políticas e do Judiciário. O que precisamos, no momento, é de união em defesa da soberania nacional, mas, ao mesmo tempo, manter o diálogo por meio de canais de comunicação, no sentido não só de suspender o aumento das tarifas, mas também de ampliar o intercâmbio comercial com os Estados Unidos e o mundo”, defende o deputado.
Empregos
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgou nesta semana números sobre os empregos no Brasil, fechando o mês de junho e o primeiro semestre de 2025. Venâncio é o terceiro município com maior saldo de empregos gerados no semestre, com 4.162 vagas de saldo. Assim como Santa Cruz, que é o segundo, com saldo de seis mil empregos, Venâncio vive a sazonalidade dos empregos temporários da indústria do tabaco, que se concentra nas duas cidades. Só Porto Alegre, com 13 mil vagas, está à frente dos dois municípios, que contratam milhares de trabalhadores no primeiro trimestre de cada ano, para o processamento da safra de tabaco, e que no terceiro e quarto trimestre, demitem estes trabalhadores. Boa parte veio do interior quando terminou a colheita do tabaco, trabalhou na indústria, e agora volta ao interior para plantar a próxima safra.
Hospitais
Deputados Airton Artus (PDT), Claudio Tatsch (PL) e Tiago Duarte (UB), autores do projetos Pro-Hospitais, protocolaram na Assembleia na terça, 5, Projeto de Lei que institui o Programa de Securitização da Dívida Hospitalar. A estimativa é de um passivo de R$ 3 bilhões nos hospitais que atendem pelo SUS no estado.
Do X
- O Globo: Moraes decreta prisão domiciliar de Bolsonaro por ‹reiterado descumprimento de medidas cautelares›
- Poder 360: Moraes promete prisão preventiva se Bolsonaro descumprir domiciliar.
- Veja: ‘Justiça é igual para todos’, diz Moraes ao determinar prisão de Bolsonaro
- Folha S. Paulo: Prisão de Bolsonaro irrita ministros do STF, isola Moraes e pode ser reconsiderada
- CNN: Denúncia aponta que Moraes teria violado LGPD em apuração sobre 8/1
- Revista Oeste: Lula é o principal culpado por tarifa dos EUA, mostra pesquisa
- Gazeta do Povo: EUA criticam prisão domiciliar de Bolsonaro e prometem responsabilizar todos que apoiarem ordem de Moraes
- Revista Oeste: ‘Não é justiça, é perseguição’, diz PL sobre prisão domiciliar de Bolsonaro
Zucco: Prender por manifestação e * falar ao telefone é fácil no Brasil. Difícil é prender por corrupção! - Mario Sabino: Se manifestação de rua passar a ser considerada coação contra Justiça, estaremos diante do fechamento do regime político brasileiro