Câmara de Vereadores com dinheiro sobrando

Parece estranho, em tempos onde o poder público lida com déficit de orçamento em todos os níveis, os legislativos tem dinheiro sobrando. É assim na Assembleia com dinheiro sobrando e o Governo quebrado, e é assim nos municípios.

A Câmara de Vereadores em Venâncio tem se destacado nos últimos anos por alcançar dinheiro da sua sobra orçamentaria para custear investimentos e despesas da Administração Municipal. O Legislativo é poder para fiscalizar o Executivo e legislar, mas já ouvi a expressão que os presidentes de Câmara de Vereadores aqui viraram mini-prefeitos, alcançando recursos e indicando obras e serviços para serem feitos pelo governo municipal.

Relatório solicitado pela Folha mostra que Eduardo Kappel (PP) já repassou mais de R$ 600 mil dos R$ 6,8 milhões que a Câmara tem no seu orçamento para 2019. E vai ter mais. Regimentalmente a Câmara de Vereadores tem direito de até 7% do orçamento do Município. A de Venâncio esteve por muitos anos na casa de 2,7%. Agora fui saber que já está em 4%. Por isso também a sobra de dinheiro para executar obras e serviços. Não é só economia.

Não deixa de ser uma jogada política. Os presidentes são, quase sempre, governistas e atuam em sintonia com o prefeito e ou vice. O vereador presidente da Câmara faz o seu ‘nome’ destinando dinheiro para realizar obras e resolver dificuldades da Prefeitura.

Duda Kappel (PP) estima que a sobra seja de quase R$ 1 milhão neste ano no orçamento da Câmara. Enquanto isso o Orçamento da Prefeitura tem déficit de R$ 13 milhões, que exige corte de despesas e a busca por receitas para equilibrar.

E não tem nada de ilegal nesse formato. É como as emendas parlamentares, que são contestadas, apontadas como moeda de troca, mas que são a forma dos municípios receberem recursos da União. E Venâncio tem aproveitado muito isso. Neste espaço estimulo faz anos que as lideranças políticas busquem emendas, de forma insistente, independente ser governo ou oposição.

Os repasses da Câmara de Vereadores para realizar obras, da mesma forma, não são o caminho ideal, mas beneficiam muito as comunidades. E isso é o mais importante.

 

Notinhas

* Vereador Nelsoir Battisti mudou de lugar a palestra do prefeito de Colatina no Espírito Santo. Sergio Meneguelli. Vai ser dia 25 de julho, às 18h. Não vai mais ser na Câmara de Vereadores, mas no Centro de Eventos Batista da Paz, na rua Reinaldo Schmaedecke esquina com a rua Júlio de Castilhos, onde era o antigo Super Avelino.

* Chico Rech, presidente do PSD, sobre a citação de que sua esposa é CC na Prefeitura que saiu na coluna de ontem, quando destaquei o apoio do partido ao prefeito Giovane para a reeleição: “Eu já atuei como CC no governo passado, mas pedi meu desligamento pois tenho meu negócio profissional. Minha esposa é CC, mas uma indicação técnica e não política”, com o que concordo, elogiei aqui o projeto do novo Calçadão, que é dela.

* Jornais da região colonial da RS que integram o Instituto de Cooperação e Mídia Comunitária (ICOM) se reúnem neste final de semana em Flores da Cunha, onde seus dirigentes debatem o setor, suas dificuldades, as oportunidades e o futuro. A Folha está lá.

* No Relembrando, espaço da Folha que mostra os destaques das edições de 25 anos atrás, no último sábado saiu o salário mínimo e o tabelamento da gasolina na implantação do Real, em julho de 1994. O salário mínimo foi fixado em R$ 64,79. Hoje é de R$ 998,00. Subiu 1.442%. A gasolina comum era R$ 0,54 em 1994 e considerando hoje R$ 4,70, a inflação é de 770%. Metade do que subiu o salário. Com um salário mínimo se comparava 119,9 litros de gasolina em 1994. Hoje se compra 212 litros.

* Na cerimônia pelos 200 dias do governo Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, deputado gaúcho do DEM, Onyx Lorenzoni, anunciou que deverão ser cortados mais 25 mil cargos CC’s no governo federal, que já eliminou 22 mil numa primeira etapa. Onyx indicou até por onde vão ser os novos cortes; disse que nas Universidades Federais e Institutos Federais tem 60 mil CC’s.

* A esquerda e a grande mídia ‘trucidam’ o Procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, por fazer palestras e cobrar entre R$ 5 e R$ 30 mil. E por ter escrito um livro que lhe rende dinheiro. O que não sabiam é que Deltan declara no seu IR esses valores e os doa para entidades beneficentes. Mais uma ‘barrigada’.

* Gostaria de saber se Lula declarou no seu IR e o que fez com os R$ 10 milhões que ‘acertou’ receber com empreiteiras para fazer palestras pelo Brasil. Não se vê nada sobre isso.

 

Tem Gre-Nal

Com a gangorra equilibrada, Grêmio e Inter vivem dias mágicos. Os dois se classificaram para a semifinal da Copa do Brasil no meio da semana e se preparam para iniciar a fase eliminatória da Libertadores no meio da próxima semana. O Inter contra o Nacional em Montevidéu na quarta e o Grêmio na Arena contra o Libertad do Paraguai na quinta.

No meio disso, tem Gre-Nal pelo Campeonato Brasileiro hoje, às 19h, no Beira Rio. Inter e Grêmio jogam com equipes mistas, poupando suas maiores estrelas. Com razão.

 

Futsal demais

A Assoeva tem uma maratona de cinco jogos em 13 dias, pelo Estadual e Liga Nacional. Ontem jogou em Cachoeira pelo Estadual e no domingo às 18h joga em Venâncio contra o Palmeiras e na terça contra o Rósario na fronteira. No domingo, 28, às 13h em Venâncio contra o Marreco e dia 31 contra o Foz, no Paraná, Pela Liga. Tem jogo quase que dia sim, dia não. Essa saturação de jogos afugenta o torcedor do Poliesportivo. Não tem como ir em todos. O calendário do Futsal está esvaziando os ginásios. Uma pena.

 

Do Twitter

* Exame: Lava Jato recupera mais R$ 67 milhões que haviam sido desviados.

* Estadão: ‘Nossos indicadores começam a mostrar ligeira virada da economia’, diz Paulo Guedes.

* Exame: Dólar bate menor valor em 5 meses e fecha abaixo de R$ 3,73.

* Folha S. Paulo: Economia com reforma da Previdência ficará acima de R$ 800 bi, diz secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

* Veja: Presidente do PDT quer ver Tabata Amaral sangrar no partido.

* Exame: Mais de 11 mil famílias pedem desligamento do Bolsa Família em 2019.

* Estadão: Tribunal da Lava Jato nega a Lula suspeição de Thompson e Gebran na ação do sítio.

* FHC: A intolerância é inaceitável. As ameaças a Miriam Leitão e Sérgio Abranches em uma festa literária mais que entristecem: são inaceitáveis e envergonham os que acreditamos na liberdade como base da convivência. Discórdia faz parte do jogo democrático, impedir a voz, não.

* Tarso Genro: FHC “radicalizando”, depois de ajudar, como omisso e conivente, a eleger Bolsonaro.

* William Waack: ‘Bolsonaro e Trump enxergam as relações internacionais como relações pessoais. Mas países não pertencem a presidentes.



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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