Atribuindo ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo na Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na sexta-feira, 17, o seu rompimento com o governo. A decisão ocorreu após ele ser acusado pelo lobista Júlio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), vai na mesma linha. Anuncia que vai fazer indicações para a CPI dos Fundos de Pensão, que o PT vem retardando, e na volta do recesso, vai nomear integrantes da CPI do BNDES.O que Cunha não esperava é que Jarbas Vasconcelos, deputado federal do PMDB pelo Pernambuco, fundador do partido, se aliasse ao vice líder do governo na Câmara Sílvio Costa (PSC/PE) e a bancada do PSOL, defendendo o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados. Diante do risco iminente de pedido de impeachment da Presidente Dilma, o Palácio do Planalto joga duro, depois da reunião ‘a sós’ de Dilma com Lula. O Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), também denunciado por favorecimento de propina na Lava a Jato, disse no final de semana, que o Brasil está na ‘escuridão’ assistindo um ‘filme de terror’ sem fim.Leio que a Lava a Jato segue o caminho da Operação Mãos Limpas, feita pela justiça italiana nos anos 90, levando para a cadeia políticos e empresários por desvio de grandes volumes de dinheiro público por meio de pagamento de subornos em contratos do Estado com grandes empresas. Tudo a ver.