Na quinta, 6, quando a Folha completou 50 anos, tivemos um dia cheio e com muitas surpresas. Logo pela manhã Sidney de Oliveira, Gestor de Administração e Finanças e Everson Ferreira, Gestor de Operações, do grupo Gazeta, vieram nos visitar e nos trouxeram uma das especialidades culinárias de Santa Cruz, a famosa cuca, que degustamos no café da tarde aqui na área de convivência.
Mas a especialidade da Gazeta é comunicação, e a relação com a Folha é de longa data. Em 1989 a Folha tinha duas edições semanais e nas sextas-feiras com 50, 60 páginas, a impressão na Gráfica 13 de Maio, que por muitos anos imprimiu a Folha aqui em Venâncio, com máquinas planas, que imprimem de quatro em quatro páginas, não era mais possível. Fomos procurar a Gazeta, que já tinha uma rotativa Goss. Em julho daquele ano começamos a rodar a Folha na rotativa, que imprime 32 páginas por vez, e isso encurtou significativamente o tempo entre fechar a edição na redação, que pode ser estendido, imprimir e entregar ao assinante ainda de madrugada, como fazemos até hoje.
Lá se vão 33 anos de parceria, e como destaquei para Sydney e Everson, neste tempo todo os assinantes da Folha do Mate sempre receberam o seu jornal de madrugada. A Gráfica Gazeta nunca falhou. Isso é parceria de valor.
Os problemas da biometria na eleição
Recebo do leitor Nelson Bruch uma reclamação que foi geral no dia da eleição, a biometria que atrasou todo trabalho.
“Acho um fiasco, o que deveria ser um facilitador acaba sendo exatamente o contrário. Na minha seção o eleitor era identificado pelo mesário (documento com foto ou E-Título), assinava a listagem de eleitores e após era encaminhado ao presidente da urna para a biometria, com posterior liberação para ir votar.
A biometria, s.m.j., não serve para identificar o eleitor? Para que assinar a listagem?
Para variar, a biometria não permitia a identificação imediata do eleitor, atrasando a votação, pois o presidente era obrigado a liberar o eleitor com a sua biometria.
Desde que efetuei o meu cadastro biométrico, em todas as eleições posteriores não consegui que a minha biometria fosse reconhecida. Ou houve falha na coleta ou os equipamentos usados (tanto no cadastro como na urna) são de péssima qualidade, sem contar a sensibilidade da pele que se modifica por ações diversas (trabalho, machucados, contato com produtos químicos, aspereza, etc).”
O TSE identificou este problema e anuncia que está trabalhando para melhorar para a eleição do segundo turno, dia 30, quando vamos eleger presidente e governador.
Sobre apoios no segundo turno
O engenheiro Otavio Nagel, colega de aula no Gaspar nos anos 70, leitor da coluna, me passa uma impressão sua sobre eleições: “Uma análise a ser feita aqui no Estado: Para o Onyx foi péssimo ter passado o Leite, senão vejamos: se o Bolsonaro vem aqui e junto com o Onyx metem pau no PT e no Lula, os eleitores do Lula ficam mais irritados e votam todos no Leite e ele ganha a eleição. Fosse o contrário, tivesse passado o Pretto para o segundo turno, o embate aqui seria igual ao confronto nacional. Que sinuca de bico para o Onyx. Outra coisa, o partido do nosso prefeito e candidato Airton Artus (PDT) declarou apoio ao Lula. O correto seria que eles seguissem o partido, não acha?”
Respondi ao colega que o PDT daqui não apoiará Lula, com certeza, se nem Giovane, que foi candidato pelo PSB, que tem Alckmin como vice de Lula, fez campanha pelo ex-presidente em primeiro turno.
Aliás, na terça o deputado federal Heitor Schuch, reeleito pelo PSB, deu entrevista aqui na Terra FM e na saída me disse que vamos viver uma grande modificação eleitoral no país depois da eleição, com reacomodação de partidos e lideranças. E é preciso, pois o que temos hoje é uma verdadeira ‘prostituição política’, onde os interesses particulares falam mais alto.
Durante a cobertura do pleito no domingo, Ricardo Hermany citou que depois da eleição pode acontecer uma fusão do União Brasil (fruto da união de Democratas e PSL) que elegeu 59 deputados federais, com o PP, que elegeu 47 federais, criando a maior bancada federal com 106 deputados, 20% do total. O PL tem 99 deputados e tem quase 20% também. O PT tem a terceira maior bancada com 68 deputados, 13% do total.
Tira-teima
Escrevi na coluna várias vezes que o ‘racha’ de Celso Krämer, ainda no PTB, com a família Moraes, em 2019, teria um tira-teima na eleição de 2022. Na eleição de 2018, Krämer concorreu a deputado estadual e encolheu sua votação em Venâncio de 9.224 votos em 2014, para 5.369 votos em 2018, em dobradinha com Marcelo Moraes, candidato a federal pelo PTB, que fez 3.700 votos em Venâncio. Krämer disse que foi prejudicado pelos Moraes que faziam dele só um ‘cabo eleitoral’ e foi trabalhar com Maurício Dziedricki, também federal do PTB. Marcelo Moraes se queixava que a dobradinha com Krämer foi prejudicial para ele pela alta rejeição do então vice-prefeito em Venâncio e que ele era ‘homem de preço e não de valor’ se referindo ao acerto de Krämer com Maurício Dziedricki.
E veio a eleição de 2022. Krämer fez dobradinha com Maurício Dziedricki, ambos no Podemos. Dziedricki não se reelegeu e Krämer despencou. Fez só 1.820 votos em Venâncio e 7.586 no total, a metade do que fizera na dobradinha com Marcelo Morares, quando Krämer fez 15.232 votos em 2018. E Marcelo Morares saltou de 3.700 votos em Venâncio em 2018, para 6.514 votos em 2022. Na geral saltou de 69 mil para 84 mil votos.
Schuch x Moraes
Heitor Schuch (PSB) foi novamente o federal mais votado em Venâncio com 9.067 votos aqui, 23,1%. Marcelo Moraes (PL) fez 6.514 votos em Venâncio, 15,6% do total. E ambos se reelegeram.
Me chama atenção as urnas em Santa Cruz, cidade natal dos dois. Lá Marcelo Moraes (PL) fez 26.010 votos, 34% do total de votos para federal na cidade. E Heitor Schuch (PSB) fez 7.668 votos, 10% do total.
Novas pesquisas
E começam a sair as primeiras pesquisas do segundo turno presidencial. Depois de ter passado segunda e terça explicando os erros do Ipec e Datafolha, a grande mídia, na quarta, já veio com novo Ipec, dando 51% das intenções de voto para Lula e 43% para Bolsonaro. Na quinta veio a Quaest com 48% para Lula e 41% para Bolsonaro e a PoderData com 48% para Lula e 44% para Bolsonaro.
Se no primeiro turno Datafolha e Ipec deram 14 pontos de vantagem para Lula na véspera e a diferença nas urnas foi de 5%, dá para fazer uma regra de três sobre os novos números; dividir a diferença apontada agora pelo Ipec, de 8 pontos, por três para ter um quadro real, usando a lógica do primeiro turno.
Justiça eleitoral
E o confronto Lula x Bolsonaro segue em fogo alto. A esquerda criou um site bolsonaro.com, para fazer denúncias contra o governo e referências nazistas ao presidente Bolsonaro, etc. Bolsonaro pediu a retirada do site do ar, mas a Justiça Eleitoral, comandada por Alexandre Morares, negou, argumentando liberdade de expressão. Agora a direita criou o site LulaFlix, onde são contados os escândalos da Lava Jato mostrando que tinha uma quadrilha no governos do PT desviando dinheiro. Lula pediu e o STF não atendeu a retirada do site do ar, também, mas proibiu a direita de impulsionar o site, por configurar crime eleitoral.
Família Moraes
A família Moraes deixou o PTB, que se ‘esfacelou’, e foi para o PL onde reelegeu, e bem, Marcelo Moraes federal e Kely Moraes estadual no domingo. Na segunda os dois, mais Sergio Moraes, ex-prefeito de Santa Cruz e ex-deputado federal, já estavam reunidos com Onyx Lorenzoni em Porto Alegre, tratando do segundo turno de campanha. E na quinta estiveram em Brasília, com o presidente Bolsonaro, traçando estratégias de campanha no RS.
“Vamos mostrar à população o trabalho que o governo Bolsonaro fez para desenvolver nosso país em meio a uma pandemia e uma guerra, e mostrar para os fumicultores a importância de manter o governo que terminou com as perseguições a esta classe, diferente do PT, que assinou a Convenção-Quadro para terminar com a produção de tabaco”, disse Marcelo ontem.
Do Twitter
- Correio do Povo: Leite diz que divergências programáticas inviabilizam aliança com PT no RS
G1RS: Ex-senadora Ana Amélia Lemos afirma apoio a Bolsonaro e votará contra colega de chapa na eleição passada - O Globo: MDB fica neutro e libera filiados para apoiar Lula ou Bolsonaro no segundo turno.
- UOL: Simone Tebet declara apoio a Lula no segundo turno * Extra: Chamado de ‹golpista› por Lula, Temer formaliza apoio a Bolsonaro até sexta
- Folha S. Paulo: Campanha de Bolsonaro aciona Ministério Público e TSE contra institutos de pesquisa
- Exame: FHC declara voto em Lula por ‘democracia e inclusão social’
- CNN: Sergio Moro declara apoio a Jair Bolsonaro no 2º turno das eleições
- Sergio Moro: Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro.
- Cristian Deves: Na Boa! Não sei o que é pior, acreditar que as urnas eletrônicas foram manipuladas ou que o presidiário Loola fez 48% de votos validos nesta eleição. Triste para um País que luta por Democracia, Honestidade e Valores Morais e Éticos
- Lula: Responsabilidade fiscal não tem que estar numa lei, tem que ser responsabilidade do dirigente. Sou contra o teto de gastos, porque, na verdade, o que se fez foi cortar investimentos da educação. Eu quero garantir o dinheiro da carne, do feijão, do arroz. E é isso que vamos fazer.
- Bolsonaro: Lula agora tenta dizer que é contra o aborto, enquanto é apoiado por quem defende; que é cristão, enquanto é apoiado por quem odeia igreja; que é contra as drogas, enquanto é apoiado por quem é a favor; que é contra a corrupção, enquanto ele e seu bando foram presos por isso…