A manhã desta quinta-feira, 1º de setembro, foi histórica para os Vales do Taquari e Rio Pardo, quando aconteceu, no majestoso teatro da Univates, em Lajeado, o debate entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul, parceria dos grupos de comunicação A Hora de Lajeado e Folha do Mate de Venâncio Aires, com seus jornais, rádios e plataformas digitais. Foi a primeira vez que um debate reuniu os candidatos ao Piratini, em Lajeado, cidade polo do Vale do Taquari. Antes disso o Grupo Gazeta, de Santa Cruz, em parceria com os jornais associados da Associação dos Diários do Interior (ADI-RS), realizou um debate entre os candidatos a governador no teatro da Unisc, em 2016, eleição vencida por José Ivo Sartori (MDB).
O debate de quinta foi fruto de uma ideia inovadora de unir grupos de comunicação de Lajeado, no Vale do Taquari, e Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, que juntos formam uma das regiões mais desenvolvidas do estado. Uma região de muitas oportunidades, como disse Edegar Preto no debate. Uma região onde foram feitos muitos investimentos no atual governo, como destacou Eduardo Leite.
Mas temos demandas importantes e urgentes para acelerar ainda mais o desenvolvimento desta vasta região, caracterizada pela agricultura familiar e pela indústria. E foi apostando que ‘Juntos podemos mais’, que foi proposto este debate. A imprensa se unindo pelo desenvolvimento da região dos Vales.
Tivemos no palco da Univates os candidatos Edegar Pretto (PT) Eduardo Leite (PSDB), Luiz Carlos Heinze (PP), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC) Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). Onyx Lorenzoni (PL), por compromissos assumidos anteriormente, não participou do debate.
Todos tiveram oportunidade de responder perguntas sobre ações de governo no estado, e as específicas para a região dos vales do Taquari e Rio Pardo, além de fazerem perguntas entre si, uns questionando os outros.
No auditório uma plateia de lideranças politicas, empresariais e de classe das duas regiões, e estudantes da Univates. Pelas emissoras de rádio A Hora e Terra FM, pelas plataformas digitais dos dois grupos de comunicação, e pelos jornais impressos e seus portais, uma audiência de 1,5 milhão de pessoas será alcançada por este debate.
Quando pensamos esta ideia, lá em abril, na Assembleia Geral da Associação dos Diários do Interior, A Hora e Folha, estavam dispostas a unir forças para realizar um evento desta grandeza. E conseguimos.
Como me disse Vicente Bogo, ao nos cumprimentar pela iniciativa macrorregional, “Vocês nos fizeram olhar com atenção e estudar a região dos Vales para virmos preparados para o debate”. Era exatamente esse o objetivo que traçei com a ideia; trazer os candidatos para a região dos Vales e fazer todos se debruçarem sobre forças e carências para poderem falar com propriedade. E o debate mostrou que todos tem conhecimento das principais demandas em todas as áreas. Como disse o diretor do grupo A Hora, Adair Weiss, “se pudéssemos juntar todas as propostas apresentadas no debate e transformar num programa de governo, o Rio Grande e a região dos Vales teriam soluções para as suas principais demandas, muitas represadas, algumas por décadas.
Fazer os candidatos olharem para os vales do Taquari e Rio Pardo na campanha, assumirem compromissos, foi o nosso propósito, e este foi alcançado.
Que a grande audiência possa tirar as suas conclusões, e como só uma proposta pode ser escolhida, que seja a melhor para todos os gaúchos.
Seguem abaixo três imagens do debate na Univates captadas pelo fotógrafo Caco Marin



Um quadro da roça para Jair Bolsonaro
O empresário Maciel Marasca publicou em rede social nesta semana uma história que está dando o que falar. A entrega de um quadro ao presidente de República Jair Bolsonaro, retratando uma propriedade rural de fumicultor.
“Este quadro foi esculpido em madeira naval representando a cultura do tabaco. Em agosto do ano passado fui a Brasília entregar ao Presidente. Lamentavelmente ele teve alteração na agenda e não conseguiu nos atender. Hoje (terça,30 de agosto) recebi um e-mail do gabinete do Presidente com a foto e um ofício de agradecimento. Pensa em gratidão e felicidade quando recebi”, escreveu Marasca abaixo da foto que publicou. Ele me contou que Onyx Lorenzoni se encarregou na oportunidade de entregar o quadro à Bolsonaro, que não pode receber os empresários no ano passado.

O quadro, foi produzido em 10 dias – o normal seria um mês – pelo artesão Jonas Froemming, de Sinimbu. E ele dá detalhes. “Um pedido inusitado me fez retomar antigos projetos. Do tempo em que saía de bike pela região, desenhando propriedades rurais e a lida dos agricultores relacionada com o cultivo do tabaco. Depois, de acordo com a escolha, transformava os desenhos em quadros entalhados na madeira. Era uma forma de retratar o dia a dia de nossa região com o olhar mais artístico. Passaram-se muitos anos e, em 2021 o Sr. Maciel Marasca, que é Vice-Presidente da Tabacos Marasca de Venâncio Aires, solicitou-me uma obra dessas. Um grupo de empresários gaúchos teria uma reunião com a equipe presidencial em Brasília e nessa oportunidade levaria algo ligado ao setor do tabaco como presente e divulgação deste segmento. O prazo foi curto e o material diferente, mas consegui concluí-lo a tempo”, escreveu Jonas.
Seguem trâmites para asfalto na RS-244
Leandro Haag, filiado ao PSDB, que foi candidato a deputado em 2006, e tem desde então a ‘bandeira’ da retomada do asfalto da ERS-244 – iniciado e interrompido em 1998 -, trecho de Venâncio até Vale Verde, acompanha os trâmites do processo nos governos. Amigo de Ricardo Brönstrup, ex-prefeito de Teutônia, que foi Chefe de Gabinete da Casa Civil no governo Eduardo Leite (PSDB) e agora concorre a estadual, em dobradinha com Lucas Redecker na região, Haag recebeu a informação de que a construtora Pelotense já aceitou o reequilíbrio financeiro, informação que Brönstrup me confirmou pessoalmente quinta, 1º, no debate dos candidatos a governador na Univates. Leandro diz que do projeto original em 1998, já teve um primeiro reequilíbrio em 2010, quando a governadora Yeda Crusius (PSDB) autorizou o recomeço da obra, que não aconteceu e nem foi confirmado depois por Tarso Genro (PT), no governo seguinte.
A expectativa é pelo começo das obras na estrada. Mas creio que isso só vá acontecer depois da eleição, como já antecipara o prefeito Jarbas da Rosa (PDT). Haag acredita que se Leite for eleito, o projeto segue e a estrada terá asfalto. Caso contrário ele teme se repetir 2010.

Super safras
A Conab anunciou que o Brasil vai produzir safra recorde de 308 milhões de toneladas de grãos na safra. E a Emater anunciou na Expointer que o RS também projeta safra recorde com 33, 8 milhões de toneladas de grãos. O volume é maior do que a safra de 20, que foi de 33,3 milhões de toneladas e 70% superior à safra de 21, quando a estiagem provocou quebra de safra histórica de 50%. São 20,5 milhões de toneladas de soja, 7 milhões de toneladas de arroz e 6,1 milhões de toneladas de milho, como carro-chefe. Bom para o Brasil, bom para o Rio Grande. É a força do agro, chamado de fascista por Lula.
Quem dá mais
Já tinha feito anotações no debate presidencial da Band no domingo, e nesta semana vi novas informações da guerra de auxílio para as famílias pobres do Brasil. Bolsonaro disse na Band que Lula dava R$ 80 em média de Bolsa Família, que ele passou para R$ 200 depois R$ 400 e agora R$ 600, com o nome de Auxílio Brasil, garantindo manter o auxílio se reeleito. Simone Tebet (MDB) disse no debate que os R$ 600 de Bolsonaro dá para a comida, mas as famílias precisam pagar aluguel e outras contas e que ela vai dar mais, se eleita. Ai o Ciro vem e anuncia que vai pagar R$ 1 mil de auxílio, se eleito. Na quarta, 31, Lula, que muda o tom de campanha depois do ‘laço’ que levou no debate da Band, anuncia que vai pagar os R$ 600 de Bolsonaro e mais R$ 150 por criança na família. Tem mães com seis, oito, dez, doze filhos, muitas vezes sem saber que são os pais. É muito triste assistir essa exploração. Estão fazendo ‘leilão’ dos pobres em troca de voto.
O auxílio de renda precisa existir, nisso todos concordamos, mas desde que FHC criou as ‘Bolsas’, isso faz 25 anos, defendo que não adianta ‘só dar o peixe, é preciso ensinar a pescar’, e isso significa auxiliar as famílias com renda, assistência social, mas dar qualificação profissional e emprego, para que possam ganhar seu próprio sustento, sem depender de ‘bolsas’ e da ‘bondade’ de políticos populistas. Isso dá dignidade.
Notinhas
- Vice-prefeita Izaura Landim (MDB) disse no debate dos candidatos a governador na Univates, na quinta, 1º, – veja análise na página 6 – ao lado de Eduardo Leite (PSDB) e o vice Gabriel Souza (MDB), que eles cumprem agenda em Venâncio na próxima sexta, 9 de setembro.
- Vicente Bogo, candidato ao PSB, também virá a Venâncio nos próximos dias cumprir agenda e prometeu vir tomar um mate aqui na Folha, se possível. Bogo largou atrasado, quando Beto Albuquerque desistiu de concorrer, mas ainda quer percorrer o estado na campanha.
- Candidatos a governador citaram no debate da Univates os candidatos da região dos Vales lá presentes. Vieira da Cunha citou Airton Artus e me disse num intervalo que o PDT aposta alto em Artus para estar na Assembleia. Vicente Bogo citou Giovane Wickert que estava lá também.
- Prefeitos de Venãncio, Jarbas da Rosa (PDT), de Mato Leitão, Carlos Bohn (PSDB), e de Vale Verde, Carlos Gustavo Schuch (MDB), estiveram na Univates na quinta, assim como o presidente da Caciva, Vilmar de Oliveira, e o presidente do Corede Vale do Rio Pardo, Heitor Petry e a vice, Carmem Lúcia de Lima Helfer, ex-reitora da Unisc.
- Saiu na quinta pesquisa Datafolha feita dias 30 e 1º, depois das entrevistas do JN, do debate na Band e da primeira semana de propaganda no rádio e na TV. Lula caiu dois pontos, de 47% para 45%. Bolsonaro se manteve em 32%. Em junho Lula tinha 48% e Bolsonaro 27%, diferença de 21 pontos. Agora baixou para 13 pontos. Ciro subiu de 7% para 9% e Simone de 2% para 5%, os dois que foram bem no debate.
- Vi nos programas eleitorais e fui buscar informações. Lula, naquele seu tom de despejar números que nem mesmo ele acredita muitas vezes – e debocha longe dos holofotes -, diz que no seu governo o gás custava R$ 40 e que no governo de Bolsonaro custa R$ 120. Uma meia verdade. Fui ver os salários mínimos. No último ano de primeiro governo de cada um. Lula tinha salário mínimo nacional de R$ 350 em 2006, que comprava 8,75 botijões de gás a R$ 40. Bolsonaro tem salário de R$ 1.212 em 2022, que compra 10 botijões de gás a R$ 120. Na realidade 11, pois o gás está em R$ 110. Esta é a verdade inteira.