O Brasil foi às urnas neste domingo para eleger seu novo presidente e governador em 12 estados. Se projetava a eleição mais disputada da história para presidente. E foi. Lula (PT), que fez 6 milhões de votos a mais do que Bolsonaro (PL) no primeiro turno, se elegeu com 2 milhões de votos a mais no segundo turno. Lula fez 60.3345.999 votos (50,9%) e Bolsonaro fez 58.206.354 (49,1%). Uma diferença de 2.139.645 votos (1,8%). Lula aumentou em 3 milhões seus votos do primeiro para o segundo turno e Bolsonaro 7 milhões, que não foram suficientes para uma virada.
Em 2014 Dilma (PT) tinha vencido Aécio Neves (PSDB) na eleição mais apertada até então. Dilma fez 51,64%, 54,5 milhões de votos, e Aécio fez 48,36%, 51 milhões de votos. Uma diferença de 3,5 milhões de votos que, percentualmente representou 3,21%.
O Brasil muda de lado. Governado pelo militar Jair Bolsonaro, da direita, que fez um governo mais conservador nos costumes, mais liberal na economia, e com um estado menor, mas mais rentável, como nas estatais, será trocado pelo governo Lula, da esquerda, com uma proposta mais liberal nos costumes, e uma economia mais atrelada ao estado mais forte.
Como disse na cobertura da Terra FM, espero que Lula cumpra com a palavra que vimos nas telas e não as dos bastidores. Que não seja um presidente revanchista, por ter sido preso pela roubalheira nos governos anteriores do PT que liderou, mas que trabalhe por um país mais unido, mais pacifico, que gere mais empregos, e que torne melhor a vida das pessoas, pois Jair Bolsonaro governou quatro anos ‘maneado’, sob pressão constante da esquerda, da grande mídia, e interferências do STF no governo e do TSE na campanha. Lula não terá esta pressão, pois mídia e Justiça já depuseram armas e anunciam, sem saber o que vai acontecer, um convívio pacífico. Mas Lula vai ser cobrado pelas suas promessas pelo Brasil Verde Amarelo, com certeza. Como Lula, o presidente mais popular que o pais já elegeu, é maior que o PT, penso que ele faça valer o que prometeu para se eleger e não se deixe dominar pelo pensamento da esquerda radical, que quer liberação geral do aborto, das drogas, desmilitarização das polícias, descriminalização de furtos, e por aí vai, o que Lula negou na campanha.
Torço para que Lula conduza o país com competência e que consiga formar um governo que não repita a corrupção generalizada dos governos petistas anteriores.
Leite primeiro governador reeleito
Os gaúchos reelegeram, pela primeira vez na história, um governador. Eduardo Leite (PSDB), que tinha sido o governador mais jovem a ser eleito, agora é o primeiro reeleito. Ele renunciou ao mandado pelo sonho de concorrer a Presidente. Não conseguiu. Concorreu ao governo do estado novamente e se reelegeu com folga sobre o ministro Onyx Lorenzoni (PL). Leite, que passou sufoco no primeiro turno, quando fez só 2,4 mil votos a mais do que Edegar Preto (PT), agora fez 57,1% dos votos contra 42,9% de Onyx. Conseguiu somar os votos da esquerda e ainda recebeu muitos votos de Bolsonaro também para construir esta vitória histórica.
Segue o governo do jovem político, que prima pelo diálogo. Eduardo Leite foi impulsionado pelos prefeitos gaúchos, que tiveram nele um parceiro e recursos como não se via há tempos no estado, como diz o nosso prefeito Jarbas da Rosa (PDT). Eduardo tem como seu vice o também jovem, Gabriel Souza (MDB), deputado estadual, que é da mesma geração, de políticos diálogo e não do ranço da velhas raposas. Penso que o país também precisará viver esta renovação para que o diálogo reine na política nacional.
O Rio Grande está bem servido. Eduardo Leite elegeu como bandeira prioritária no seu segundo governo, pesados investimentos em educação. Ele fala em R$ 2 bilhões para recuperar escolas fisicamente e levar tecnologia para dentro das salas de aula. Fará muito bem e é preciso, pois temos aqui mesmo em Venâncio, o exemplo da Escola estadual Mariante, que teve os dois prédios interditados por falta de segurança para os alunos, que estão sendo atendidos no campus da Unisc.
Notinhas
- Eduardo Leite e Gabriel Souza começam a negociar com partidos para formar o segundo governo. O MDB foi dividido para a eleição, o PP apoiou Onyx, mas com certeza dará sua contribuição. O partido ocupou secretarias importantes no primeiro governo. O PSB, de Giovane Wickert, estará novamente no governo Leite. O Podemos, de Celso Krämer, está desde o primeiro turno com ele. A novidade será a presença do PDT, de Airton Artus, no governo. Desenha-se um apoio maciço.
- Ironicamente os partidos da esquerda, que no segundo turno entre Leite e Onyx, votaram em Leite, dificilmente estarão no governo que ajudaram eleger de forma fundamental.
- Lula também vai negociar muito e ele é águia nisso. O Congresso e o Senado tem maioria pró-Bolsonaro, mas Lula vai chamar partidos de centro, por isso são chamados de “Centrão’, pois qualquer presidente precisa negociar com eles para ter uma base de apoio. Que Lula vá sem as ‘chaves dos cofres’ para essas negociações.
- Venâncio, no primeiro turno, votou mais em Bolsonaro e Onyx. Neste segundo turno repetiu Bolsonaro e deu virada para Leite. Na eleição presidencial Bolsonaro fez 27.288 votos (63,75) e Lula 15.514 votos (36,25%). Para governador Leite fez 21.018 votos (50,61%) e Onyx 20.518 (49,39%). No primeiro turno Onyx fez 18.265 votos (44,95%) e Leite 10.255 votos (25,24%). Leite dobrou sua votação do primeiro para o segundo turno.
- No sábado o Movimento Aliança Conservadora (MAC) fez uma carreata com mil carros, caminhões e motos, conforme informação do empresário Adriano Fagundes, um dos líderes do movimento, que não tem filiação partidária, mas é de direita e apoia Bolsonaro. Vai surgir uma mobilização para que esse grupo, que tem gente que já foi da política, como Alexandre Wickert, Marcolino Coutinho, Cristian Deves, e várias outras jovens lideranças, como os empresários Daniel Lenz e Maciel Marasca, vá para o PL e se organize para disputar a eleição municipal de 2024. Os vereadores petebistas Ezequiel Sthal, Diego Wolschick e André Kaufmann, sinalizam que podem se filiar ao PL também. Se esse movimento de direita conseguir se organizar politicamente, teremos uma nova força na eleição municipal de 2024.