O projeto de lei do vereador de oposição Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), determinando uso de câmeras corporais por agentes de fiscalização, auditores fiscais e guardas municipais foi rejeitado na reunião da Câmara de Vereadores, na segunda, 6.
Mas o projeto de Muchila acabou provocando um ‘racha’ na bancada governista, que tem 10 vereadores, contra cinco da oposição. Os vereadores do MDB, Nilson Lehmen e Gilberto dos Santos, os dois do partido da vice-prefeita Izaura Landim, votaram com a oposição, pela aprovação do projeto. Desta forma a votação empatou em sete votos. Nestes casos, cabe ao presidente do Legislativo desempatar, e Dudu Luft (PDT), votou pela rejeição do projeto.
Nelsoir Battisti (PSD), líder do governo na Câmara, que votou contra, disse que a proposta pode voltar, melhor formatada. “Não se pode tomar uma decisão assim de forma apressada”, defende Nelsoir, no que concordo com ele. É preciso debater melhor essa proposta, se para todos os fiscais, se para alguns setores, os custos de implantação, as formas de controle e por aí vai. De um eleitor ouvi sugestão de que todos os agentes políticos também fossem incluídos para trabalhar com câmera corporal.
A proposta de Eligio buscava avançar em dois pontos específicos: as queixas de agroindústrias contra o rigor da atuação dos fiscais de vigilância sanitária e a atuação dos fiscais de trânsito, os ‘azulzinhos’, que tem gerado muita reclamação.
Efeitos
A posição dos vereadores do MDB tem efeito político também. O partido tem a vice-prefeita reeleita, Izaura Landim, mas sabe que o PDT não apoiaria uma candidatura de Izaura à Prefeitura em 2028, com um vice do PDT, como poderia se imaginar como evolução natural da relação entre os dois partidos. O PDT prepara o vereador Tiago Quintana para concorrer à prefeito.
Conversei dias atrás com Izaura. Ela se mostra um tanto desiludida com os acontecimentos. Tem convite do partido para concorrer à deputada federal em 2026, mas não me parece muito disposta a isso. Em 2028 encerra seu segundo mandato de vice-prefeita, depois de ter sido vereadora, e ela não descarta ‘ir pra casa’ e curtir a aposentadoria, trabalhando politicamente no apoio ao filho, Ricardo Landim, vereador suplente, que é secretário municipal de Desenvolvimento Rural.
E essa situação toda não afasta, inclusive, uma possibilidade do MDB tomar outro rumo na eleição de 2028. A votação de segunda na Câmara pode ter sido um sinal de alerta.
Zequinha e a polarização
Nesta semana recebi a visita de Acemar da Silva, o Zequinha, que foi presidente do Cidadania em Venâncio e candidato a deputado federal na eleição de 2018, em apoio à candidatura de Any Ortiz para deputada estadual. Em 2022 Any se elegeu deputada federal. O Cidadania fez federação partidária com o PSDB, e Zequinha deixou o partido para se filiar ao PP, caminho que Any Ortiz também está tomando. De direita, bolsonarista, Zequinha diz que a eleição municipal é polarizada tal qual é a eleição nacional. E concorda que foi Lula, com o discurso do ‘nós contra eles’ que fomentou a polarização odiosa existente entre esquerda e direita no país nos dias de hoje.
Na internet
O vereador Ezequiel Stahl (PL), advogado que é policial penal e está no seu terceiro mandato, se caracteriza como principal voz de oposição no Legislativo nos dois governos de Jarbas da Rosa (PDT). Nesta legislatura Ezequiel está bem afinado com Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), como principais críticos de Jarbas. Um é Bolsonaro e outro é Lula, mas aqui se unem contra o prefeito Jarbas. Na terça, 7, Ezequiel começou a fazer uma live pelo Facebook, que anuncia como semanal, todas as terças, para poder ampliar os assuntos da Câmara de Vereadores, com interação de quem assiste. E para a primeira live Ezequiel convidou Muchila para debaterem sobre o projeto de câmeras corporais para os fiscais municipais. Também participa o vereador suplente do PSB, Robinho Nunes, que faz a parte técnica da live. Politicamente uma boa iniciativa, de ampliar o debate sobre temas do Legislativo. Conhecendo as personalidades fortes na política, tanto de Ezequiel, quando de Muchila, vamos ver se conseguem manter um nível de decoro, pois a internet não é terra sem lei.
Gilmar Iser
Estava empolgando o início do Guarani na Terceirona, sob o comando de Gilmar Iser, zagueiro histórico do clube, que em 1991 era capitão e goleador na campanha memorável do Guarani no Gauchão. O presidente Jorge Silveira e o diretor de futebol Tarço Kreibich querem levar o Guarani de volta à Segundona. Estavam começando bem, com duas vitórias convincentes nos dois primeiros jogos. Mas Gilmar, por não conseguir conciliar atividades de sua empresa em Vera Cruz com o trabalho no futebol, anunciou sua saída do clube, que vai precisar reprogramar a caminhada. Um desafio.
Do X
- O Globo: Aprovação ao governo Lula volta a empatar com desaprovação pela 1ª vez desde janeiro
- Folha S. Paulo: Federação União-PP expõe rachas antes de ser oficializada
- Extra: Lula estica corda com Centrão e aposta em popularidade para criar racha no PP e União
- Gazeta do Povo: “Lula 4” volta ao radar e impõe desafio ao plano de união entre direita e centro-direita em 2026
- CNN: Alcolumbre indica Renan Calheiros como relator do projeto de isenção do IR no Senado
- Veja: Fachin indica que será contra texto da reforma administrativa
- GZH: Governo aprova novas regras e limita antecipação do saque-aniversário do FGTS
- Revista Oeste: Cristiano Ronaldo se torna o 1º jogador de futebol bilionário da história.