* Bolsonaro e Sartori venceram em Venâncio. Bolsonaro fez 26.609 votos (67,03%) contra 13.231 (32,97%) de Haddad. Dois terços pra Bolsonaro e um terço para Haddad. Sartori fez 21.092 votos (54,10%) e Eduardo Leite 17.893 (45,90%). No primeiro turno Bolsonaro fez 23.327 (56,64%) e Haddad 9,667 (23,45%). Sartori 16.407 (42,61%) e Leite 14.704 (37,74%). * As redes sociais marcaram essa eleição. Jair Bolsonaro, dá pra se dizer que se elegeu por meio delas, dez anos depois que Barack Obama se elegeu presidente dos Estados Unidos em 2008, usando as redes sociais em massa como inovação. Na reta final de campanha observei no Facebook a presença forte também de petistas. Em Venâncio se destacaram Cândido Faleiro, Celson Ferreira e Sérgio Rosa, que ‘bombardearam’ os internautas com postagens pró Haddad e contra Bolsonaro. As reações de comentários prenunciavam a vitória de Bolsonaro. Foi um ‘bombardeio’ também.
* Dois gaúchos estavam no pequeno grupo na casa de Bolsonaro depois da vitória no domingo e vão ser nossos representantes diretos no novo governo. O deputado federal reeleito Onix Lorenzoni (DEM), que está com Bolsonaro desde o início da campanha, vai ser Chefe da Casa Civil, e o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP), que se elegeu Senador e apoiou Bolsonaro desde a campanha do primeiro turno vai ter força também. Pode ser Ministro da Agricultura. Sem contar que o Vice-Presidente eleito General Hamilton Mourão é gaúcho.
* Me marcou frase dita por Bolsonaro na última manifestação na TV no sábado a noite, sobre educação. “A edução pública no Brasil precisa voltar a formar profissionais e não militantes políticos”, disse. Vamos ter mudanças aí. As universidades, especialmente as públicas, tem professores que fazem mais política partidária do que ensinar conhecimentos técnicos aos alunos.
* E a professora Ana Caroline Campagnolo, eleita deputada estadual pelo PSL em Santa Catarina, criou um canal de denúncias para que alunos filmem e denunciem ‘professores doutrinadores’.
* Jair Bolsonaro é o terceiro militar eleito presidente pelo voto popular no Brasil. Antes Hermes da Fonseca, em 1910, e Eurico Gaspar Dutra, em 1945, tinham sido eleitos.
* A eleição marcou a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila, do PC do B. Campeã da votos no RS como deputada federal e estadual, ela foi lançada candidata a Presidência pelo partido comunista. Ganhou vitrine, viajou pelo país e América do Sul, mas abdicou para ficar como ‘opção’ do PT, que tinha Lula candidato a presidente e Fernando Haddad como vice. Lula estava preso e era ‘ficha suja’, não teve candidatura aceita pela Justiça Eleitoral. Haddad assumiu a candidatura e Manuela foi de vice. E ela se deslumbrou. Fez ‘live’ na frente do Palácio do Jaburu em Brasília, residencia oficial do Vice-Presidente República onde anunciava que iria morar em janeiro. Criou a hashtag #ManuNoJaburu que soou infantilidade. No segundo turno o PT trocou o vermelho pelo verde amarelo e Manu desapareceu também. No domingo surgiu a hashtag #ManuelaNaVenezuela.
* O PT perdeu a eleição e vai reassumir seu papel dos anos 80 e 90, de fazer oposição. E Guilherme Boulos, o menino rico que foi para a periferia em São Paulo se tornar líder dos sem teto e apoiou Haddad, anunciou logo depois da eleição que hoje vei ter mobilização nacional de protesto. E Bolsonaro já disse que MST e MTST se invadirem propriedade particular e fizerem depredações como estão acostumados a fazer, serão tratados como fora da lei, pela Constituição.
* Rescaldo da eleição que elegeu Jair Bolsonaro (PSL) Presidente, deixa dois candidatos de oposição prontos para 2022. Ciro Gomes (PDT) já anunciou que será candidato e vai iniciar campanha agora. Fernando Haddad (PT) se fortaleceu para concorrer novamente. Só um pode ocupar o posto.
* Tanto Jair Bolsonaro como Eduardo Leite são contra a reeleição. E agora?
* Juíza Maria Beatriz Londero Madeira, que foi juíza eleitoral aqui nesta eleição, está deixando Venâncio onde atua há 23 anos. Ela foi promovida para a Turma Recursal da Fazenda Pública em Porto Alegre.