Em 2007 o deputado federal Adão Preto (PT), falecido em 2009, apresentou projeto de lei no Congresso para determinar que o tabaco tivesse que ser classificado e comprado nas propriedades pela indústria. Antes disso, Mário Limberger (PMDB), já tinha apresentado a proposta na Assembleia. Não passaram, pois inviabilizariam o sistema integrado. Agora o deputado federal Sérgio Moares (PTB) apresenta novo projeto de lei que determina que a classificação e compra do tabaco deva ser feita pelas empresas na propriedade do plantador. Heitor Schuch (PSB) também assina o projeto.Moraes é incisivo e diz que representa a vontade do produtor, que está sendo ‘castigado’ na hora de vender o tabaco nas empresas. Schuch é mais comedido e argumenta que o projeto precisa ser debatido com as partes e cita que o deputado Zé Nunes (PT) apresentou na Assembleia, dia 2 de junho, projeto também assinado pelos deputados Edgar Pretto, Jeferson Fernandes, Nelsinho e Altemir Torteli, com o mesmo teor. “Se isso for aprovado aqui, as indústrias se mudam para Santa Catarina e Paraná”, adverte Schuch, justificando que o assunto deve ser tratado por lei federal e não estadual.Heitor Schuch foi presidente do STR de Santa Cruz, da Fetag, e conhece melhor do que todos políticos esta realidade do setor tabaco. Ontem Schuch me disse de Porto Xavier, onde estava, que está em contato com o presidente da Afubra, Benício Werner, que representa os produtores, e com o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, que representa a indústria. Creio que os deputados não queiram trabalhar para prejudicar a economia, especialmente da região tabacaleira que representam, mas é um bom debate para avançar nas relações entre indústria e produtor. Estabelecer, antes da safra, um preço mínimo com garantias, seria a melhor forma de garantir uma estabilidade que hoje não existe.