Já escrevi sobre e sigo no assunto das manifestações do feriado de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Neste ano, face a pandemia, novamente sem os vistosos desfiles militares em Brasília e nas capitais e os desfiles cívicos/estudantis em quase todas as cidades brasileiras, o que tomou as ruas foi uma manifestação gigantesca em verde e amarelo, em defesa da liberdade de expressão, do voto auditável, de protesto contra ações do STF e em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O pivô causador disso, em boa parte, foi o ministro do STF, Alexandre Moraes, nomeado por Michel Temer para a corte. Ele prendeu deputados e jornalistas por críticas ao Tribunal, bloqueou contas bancárias de pessoas que entendia poderiam financiar as manifestações de rua, atropelando os ritos legais da Constituição. O presidente Bolsonaro, que é destemperado em suas manifestações, reagiu com discursos fortes em Brasília e São Paulo e foi duro com o STF e suas ações, se isolando na sua posição, pois a grande mídia (injuriada por ter perdido o dinheiro público bilionário que ganhava nos governos do PT), a oposição, intelectuais e especialistas, que viraram estrelas da mídia, apoiam o STF e querem derrubar Bolsonaro.
Luiz Fux foi duro e tipificou como crime de responsabilidade os ataques de Bolsonaro. A Corte, formada em sua maioria por ministros nomeados pelos governos do PT, transparece uma disputa mais política do que jurídica no confronto com Bolsonaro. O que é muito ruim para o país. O presidente do TSE, Luis Barroso, seguiu no mesmo tom, de críticas e ameaças à Bolsonaro.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fizeram discursos mais conciliadores, linha também adotada pelo Procurador Geral de República, Augusto Aras.
Na quinta Bolsonaro surpreendeu ao anunciar uma carta ao povo onde ‘suavizou’. Disse que não quer confronto com os Poderes, mas repetiu que quer que se cumpram os preceitos legais da Constituição. A carta surgiu depois de um encontro com o ex-presidente Michel Temer (MDB) que nomeou Alexandre de Moares para o STF. Bolsonatro falou com Moraes e depois divulgou a carta apaziguadora, que diz-se foi escrita por Temer. Grande mídia e oposição não aceitaram o recuo e colocam gasolina na fogueira, é a turma do quanto pior melhor.
Venâncio presente
Na terça-feira chuvosa, Venâncio não teve manifestação de rua, mas um comboio de 200 pessoas foi, em cinco ônibus, a Porto Alegre, se juntar à caravanas de todo estado para engrossar o movimento verde e amarelo e apoiar as causas defendidas.
Os resultados de tudo disso? Um pais inflamado, com ameças de prisão e de impeachment de Bolsonaro pelas suas cobranças, transformadas em ameaças pelos alvos, e uma grande mobilização popular apoiando o Presidente. Mesmo que Bolsonaro queira – e não creio que ela vá mudar agora – não vai ter paz.
Asfalto na Avenida
Por muitos anos defendo junto aos prefeitos a necessidade de asfaltar a Avenida Ruperti Filho, até o Parque do Chimarrão, para melhorar o segundo acesso ao Parque, especialmente em dias de grandes eventos. Airton Artus (PDT) asfaltou parte da Avenida – da Albino Fiss até a Kopp – no programa de pavimentação do Loteamento Parque do Chimarrão. Giovane Wickert (PSB) fez uma quadra numa PPP com a Kopp e Adilor Adams, para um loteamento ali. A Prefeitura fez a infraestrutura e as empresas custearam o asfalto. Agora Jarbas da Rosa ()DT) vai asfaltar – com custo de R$ 861 mil – os 330 metros de chão batido que ainda faltam até o portão do Parque. Assim, vamos ter a Fenachim 2022 com acesso sem poeira ao Parque do Chimarrão, pela Avenida. Boa notícia.
GRA investe R$ 5 milhões
Rene Heck, dono da GRA Máquinas, revenda da XCMG para todo estado, é mais um empresário do setor de máquinas satisfeito com as vendas, mesmo em tempos de pandemia. A projeção normal é de venda de 60 máquinas pesadas ao ano. Em 2021, Rene diz que já tem 100 máquinas vendidas e com os negócios fomentados na Expointer, onde tem um mega estande GRA/XCMG, tende a aumentar ainda mais o volume comercializado. O agronegócio, que não para de bater recordes de produção, é o grande propulsor das vendas do setor.
Conhecido dos tempos de futebol no Fluminense de Sapé, na juventude, Rene está projetando um grande investimento, de R$ milhões, na empresa que terá novidades em breve, mas que ainda não são reveladas. Expectativa boa.
Seu Khaled
Faleceu na quarta e foi enterrado na quinta, aos 83 anos, o Khaled, como eu e muitos o chamavam, ou o Carlos, como outros também chamavam Khaled Abdallah Abdel Hamid, figura por demais conhecida na cidade, desde os anos 70, quando os ‘patrícios’, como eram chamados os imigrantes palestinos, erroneamente também chamados por alguns de ‘turcos’, chegaram a Venâncio e se estabeleceram com comércio de confecções na Osvaldo Aranha. Comerciantes natos.
A canastra
Khaled era parceiro de uma turma especial, de muitos anos, a da canastra semanal nas segundas-feiras, no salão de festas da casa de José Azambuja, do antigo Tabelionato Azambuja, ali na Sete com a Avenida. Quem me contava a respeito e me confirmou isso ontem é Walter Kuhn, amigo de Khaled, de visitar a sua casa e ser recebido com o chá da tarde pela família. “Participavam da turma da canastra José Mathias Spies, Amândio Silva, Alfeu Ubaldo de Almeida, José Azambuja, Jorge Nervo, Jorge Nazário (pai do dr. Jorge Nazário) e outros com participações esporádicas”, conta Walter, que brincava com Khaled para pronunciar ‘jaboticaba’ e saia ‘diaboqueticaga’, acompanhado da risada inconfundível dele.
“Um grande amigo, espirituoso, bondoso, família, extrovertido, mexia com todo mundo, bem quisto, educado, um cidadão que gostava dos amigos e da sua família”, relata Walter, citando a esposa Rihpia, sempre alegre e bondosa e os seis filhos.
Os ‘patrícios’
Por falar em ‘patrícios’, outros dois palestinos eram muito conhecidos e ativos comerciantes na cidade, assim como Khaled . O Ahmad Ali, o Armando, ou simplesmente o ‘Patrício”, que tinha a Casa São Paulo, Casa Argélia e Supermercado Central e fazia um programa de rádio nas noites de domingo na RVA, nos anos 70, 80, apresentando músicos locais. Lembro como se fosse hoje o ‘Patrício’ fazendo propaganda das suas lojas com seu sotaque forte: ‘Gombre na Gaza Zam Baulo, Gaza Argélia e Subermergado Zendral’. Ao anunciar novelo de lã preta, em promoção, saía ‘lambreta bor abenas…’ Icônico. Depois, como advogado, Ahmad se radicou na capital.
Outro foi Ali Husni Ali, da Loja Três Guris, nome em homenagem aos três filhos com a esposa Desirée, Husni, Dirred e Jamal, que construiu a maior loja de confecções de Venâncio nos anos 90, onde hoje é a galeria de lojas do Calçadão e antigamente era a Casa São Paulo, do Ahmad. Depois Ali se mudou para Brasília.
História.
Notinhas
* Folha e Terra estão hoje na Expointer, com Letícia Wacholz e Cristiano Wildner trazendo informações e depoimentos para a audiência no rádio, no digital e no impresso. Vamos visitar a Escola do Chimarrão, as empresas Nettelin e GRA Máquinas, que estão expondo, e acompanhar a presença das candidatas a soberanas da Fenachim que vão visitar a feira com o prefeito Jarbas da Rosa e o presidente da Fenachim, Vilmar de Oliveira.
* As 11h chega o presidente Jair Bolsonaro, que vai visitar o pavilhão dos grandes animais, receber a Medalha Mérito Farroupilha da Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Vilmar Lourenço (PSL) e almoçar com a Farsul, antes de voltar à Brasília.
* Está anunciado que o governador Eduardo Leite (PSDB) não vai ao Parque. Vai o vice Ranolfo Vieira Junior (PTB). Um ato de ‘pequenez’ de Leite. Ele é governador de todos os gaúchos e não vai receber o Presidente da República, que o ajudou a se eleger governador, e que depois da eleição virou adversário.
* Vereador Ezequiel Sthal (PTB) decidiu parar de advogar no escritório onde atua. Me disse que não consegue mais conciliar suas atividades políticas – foi assessor de Celso Krämer desde 2012 e se elegeu vereador em 2016 e se reelegeu em 2020 -, com a advocacia, que exerce ha dez anos. Ezequiel é Agente Penitenciário concursado e espera ser chamado nos próximos dias.
* Hoje, 11 de setembro, faz 20 anos do atentado às torres gêmeas em Nova York, que ruíram depois do ataque terrorista da Al Qaeda, de Osama Bin Laden, com aviões comerciais sequestrados dentro dos Estados Unidos. Eu estava chegando na Sova para reunião almoço da Caciva quando vi na TV o que era inacreditável. Você se lembra onde estava?
Do Twitter
* Folha S. Paulo: Bolsonaro recua após ameaças golpistas e agora diz que não teve intenção de agredir Poderes
* UOL: Bolsonaro conversa com Moraes, em telefonema mediado por Temer
* CNN: Declaração divulgada por Jair Bolsonaro foi redigida por Michel Temer
* Gazeta do Povo: Bolsonaro diz que está “pronto para conversar” com outros Poderes
* GZH: Bolsonaro vai à Expointer na primeira viagem depois de 7 de Setembro
* Estadão: Por união anti-Bolsonaro, MBL e Vem Pra Rua poupam Lula em convocação para ato no dia 12
* Marcel van Hattem: Primeiro era “Nem Lula, Nem Bolsonaro”. Agora virou só “Fora Bolsonaro”. Pra quem defende 3ª via, o dia 12 já está mais para “Volta, Lula”. Como filiado, que o partido Novo saia dessa já e declare fim do apoio a um ato que agora abraçará corruptos petistas e comunistas.
* Cristian Deves: Arregou? Não. Bolsonaro neste momento critico foi Estadista. Pensou mais na economia, na inflação, na alta dos preços e no desemprego do povo. Fez o que muitos não queriam, pois querem o caos.