Procurando estar atento aos fatos que dizem respeito a nossa comunidade, tenho colocado o dedo em alguns assuntos polêmicos ou delicados. Desde 2004, a cada ano quando era publicado o balanço financeiro do hospital, alertava que a dívida crescia e o risco de se transformar em uma bola de neve ladeira a baixo era grande. E isso me custou caras viradas e outras coisas. Deu no que deu. Com R$ 12 milhões de dívidas, o hospital teve intervenção em 2011 e convive com uma situação financeira complicadíssima.
Da mesma forma, faz anos que venho batendo na tecla de que é preciso dar atenção para a cultura da erva-mate em Venâncio, Capital Nacional do Chimarrão, título que agora será oficializado através de lei no Congresso Nacional, por iniciativa do deputado Giovani Cherini (PDT).
O preço baixo, técnicas obsoletas, falta de incentivos, levam o produtor ao desestímulo e muitos começaram a arrancar seus ervais. Levantamento feito por iniciativa da Secretaria Municipal da Agricultura com Emater e STR, mostra que de 800 famílias produtoras, ainda restam 360 em Venâncio. Perdemos 75% da área cultivadas com erva-mate. De 4 mil ha ainda temos mil ha de erva-mate.
O coordenador do Polo Ervateiro dos Vales, chefe da Emater local, Vicente Fin, alerta que pode ficar pior. Uma pesquisa feita, mostra que mais 14% dos produtores pretendem erradicar os ervais de suas terras se o preço do produto não melhorar. Hoje o produtor recebe R$ 5,50 por arroba de erva verde. Pela pesquisa a reivindicação é de pelo menos R$ 6,00 a arroba para a cultura tornar-se atrativa.
é preciso fazer algo a partir deste levantamento. Caso contrário, em pouco tempo vamos tomar chimarrão com erva mate ‘importada’ de outros municípios, onde a produção aumenta.
Tecnologia, pesquisa, incentivos, são o caminho da redenção e isso passa por um programa que envolva Prefeitura/Estado, Emater, Sindicatos e Universidades.