O sobe e desce do ICMS de Venâncio

A notícia ruim da queda do índice de retorno de ICMS de Venâncio Aires para 2013 é assunto de campanha. A oposição debita a queda na conta do prefeito Airton, que tenta explicar as oscilações do tabaco e outros fatores reais. Tenho um arquivo com os índices de ICMS desde 1983. Já que é assunto de campanha, reproduzo os índices desde 2001, dos últimos três governos, o primeiro de Glauco Scherer (PTB), o segundo de Almedo Dettenborn (PMDB), partidos que hoje são oposição e do atual de Airton Artus (PDT) candidato a reeleição.

A oscilação é constante sim e o tabaco, que é o nosso carro chefe da economia, dita as regras, de acordo com a regulação de seus estoques nas indústrias. Se um ano registrar estoques retidos, provoca queda no Valor Adicionado Fiscal e no ano seguinte quando este estoque é colocado no mercado junto com a safra do ano, provoca o aumento anormal do VAF que é o principal componente no retorno de ICMS.

Mas o que deve preocupar não são só as oscilações quando cresce e cai, mas sim uma avaliação mais ampla. Em 2001 Venâncio Aires tinha 0,685720 do ICMS distribuído no RS. Em 2013 cai para 0,466231. é uma queda de 32% no índice de retorno de ICMS. Se olharmos o pico neste período, que foi 0,706159 de retorno em 2004, a queda é de 33,9%. Esta discussão precisa ser aberta. Por que isso acontece?

Uma primeira resposta é de que outros municípios gaúchos crescem mais. Uma segunda é de que o início da década, com dólar alto, mais de R$ 3, foi de ouro para o tabaco, levando Venâncio aos 0,706159 de retorno em 2004. Nos últimos anos, com dólar baixo de até R$ 1,60 os tempos são de vacas magras.

 

Como é feito o cálculo

Para a definição dos valores do índice de 2013 foram usados dados relativos a 2011, à exceção do Valor Adicional Fiscal (VAF), que considera os exercícios de 2010 e 2011. Já o cálculo da Média da Produtividade Primária considera os dados dos últimos três anos 2011, 2010 e 2009.

O VAF é a diferença entre as saídas e as entradas de mercadorias e serviços realizados pelos contribuintes do ICMS no município em período anual e identifica o comportamento econômico dos setores submetidos ao imposto.

Ano      índice          Var. %

2001    0,685720   +1,01

2002    0,644648   -5,99

2003    0,668946    +3,17

2004    0,706159    +5,56

2005    0,615775    -12,79

2006    0,556195     -9,67

2007    0,550632     -0,99

2008    0,579513    +5,48

2009    0,535542     -7,58

2010    0,442039    -17,45

2011    0,515387   +16,59

2012    0,529599     +2,75

2013    0,466231     -11,97



Sérgio Klafke

Sérgio Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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